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CINEMA
Barreto revela "Dona Flor" e seus dois motivos
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
"Dona Flor e seus Dois Maridos" (1976), ponto alto na carreira
do diretor Bruno Barreto, 50, é
também a melhor parte dos "Retratos Brasileiros" que o Canal
Brasil dedica hoje ao cineasta.
Entre os trechos do filme escolhidos está aquele em que Vadinho (José Wilker) despe Flor (Sonia Braga), ao som de "O Que Será" -interrogação sobre o desejo
em forma de canção, de Chico
Buarque.
Após essas imagens, Barreto explica o que lhe interessa em "Dona Flor". Ou como "Dona Flor" é
um veículo para o que lhe interessa no cinema: "Achar a grandeza
no cotidiano; a poesia, a transcendência numa pessoa comum".
Trata-se de uma elaboração
atual, formulada na entrevista
realizada para o programa.
Ocorre que os "Retratos Brasileiros" vasculham também imagens de arquivo e exibem uma entrevista do diretor feita no set de
filmagens do longa.
É quando um jovenzíssimo Barreto declara: "O que me interessa
[com o filme] é a crítica de costumes da classe média baiana e, por
tabela, brasileira".
Justapostas, as afirmações compõem um retrato da "vida" dos
filmes. O tempo passa, os filmes
mudam e adquirem novos significados para quem os assiste e até
para quem os fez.
Ao comentar o extraordinário
sucesso popular de "Dona Flor e
seus Dois Maridos" (10,8 milhões
de espectadores), Barreto lembra
que, à época, o filme perdia o recorde de público apenas para
"Tubarão". Por pouco: algo como
200 mil espectadores.
O diretor conta, então, uma
anedota particular. "Eu dizia ao
Steven [Spielberg]: até no meu
país perco para você". Spielberg,
autor de "Tubarão", foi casado
com Amy Irving, atual mulher de
Barreto, para quem ele filmou
"Bossa Nova" (2000), como quem
escreve uma carta de amor. É outra confissão desses "Retratos".
Retratos Brasileiros: Bruno Barreto
Quando: hoje, às 19h30, no Canal Brasil
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