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São Paulo terá sua primeira sala de cinema em 3D
Formato canadense Imax, de tela gigante, chegará ao Brasil em setembro de 2007; preço do ingresso está em estudo
Programação mescla títulos educativos e blockbusters de Hollywood convertidos ao formato de 70 mm, o dobro do convencional
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
O canadense W. Con Steers
não se cansa de contar a história de como seu país, um dia, foi
parar no Japão. Era 1967, e os
canadenses queriam que os japoneses que os receberiam numa feira internacional pudessem ver de perto o Canadá, mas
sem sair do lugar.
A partir dessa idéia surgiu a
rede de cinemas Imax -com
formato gigante e exibições em
3D, hoje presente em 36 países-, da qual Steers é o representante no Brasil, onde a primeira sala do gênero será aberta em setembro do ano que
vem, em São Paulo.
"Se você tem uma tela tão
grande que o público não consegue enxergar seus limites, ele
se sente dentro da imagem", resume Steers. Além das proporções da tela, o formato Imax
prevê também maior grau de
inclinação da platéia, para que
o espectador tenha visão total
da tela e sinta-se próximo dela.
Óculos
As características técnicas do
filme, da exibição e do som são
desenhadas para alcançar qualidade e nitidez impecáveis. Para as exibições em 3D, o espectador recebe óculos especiais.
Ou seja, o formato Imax é um
empreendimento caro, com reflexo no preço dos ingressos,
acima da média dos demais cinemas. Depois de sete anos de
conversas, Steers convenceu o
exibidor Adhemar Oliveira, das
redes Espaço Unibanco e Unibanco Arteplex, de que era hora
de abrir um Imax no Brasil.
A sala, com custo estimado
em US$ 1,5 milhão (R$ 3,2 milhões), será construída no futuro Shopping Bourbon Pompéia,
onde Oliveira abrirá também
outras dez salas comuns, repetindo o perfil dos seus cinemas
Arteplex. O preço dos ingressos
que serão cobrados no Imax
ainda não está definido.
Marca
Oliveira busca no mercado
parceria com outra marca que
queira se associar ao selo Imax.
A futura sala deve se chamar,
portanto, "alguma coisa" Imax.
"Por que não Unibanco Imax?",
provoca Steers. Oliveira desconversa. "A proposta está no
mercado", afirma o exibidor.
Outra alternativa para amortecer o peso dos investimentos
será o uso de leis de incentivo
fiscal para a construção da nova
sala e a viabilização da parcela
educativa de sua programação.
Os cinemas Imax costumam
funcionar com um misto de
programação de grandes sucessos de Hollywood e títulos educativos, com duração média de
50 minutos.
Steers afirma que a função
educativa é a prioridade Imax e
conta que muitas das 250 salas
existentes no formato estão localizadas em museus na Europa e nos Estados Unidos.
A exibição de blockbusters
no formato Imax, segundo o representante da marca, ajuda a
atrair público e, portanto, a
equilibrar as contas dos cinemas, além de eliminar os tempos ociosos das sessões noturnas, inviáveis para escolares.
Público
Oliveira tornou-se "alvo" de
Steers no Brasil por aliar a experiência de exploração comercial de salas com a administração de projetos voltados à formação de platéias de estudantes e professores (Projeto Escola, Clube do Professor).
"O Imax não funciona como
os demais cinemas, que simplesmente abrem as portas e
esperam o público ir até eles.
Neste caso, é o cinema que tem
de ir atrás de seu público", afirma Oliveira.
O exibidor se animou quando
viu o ministro da Educação da
Argentina, Daniel Filmus, na
inauguração do primeiro Imax
na América do Sul, em maio
passado.
No Brasil, Oliveira espera estabelecer laços com a administração pública para levar estudantes ao Imax. Steers, por sua
vez, sonha com a produção de
títulos brasileiros no formato.
"Imagina se as crianças pudessem ver o Pantanal em 3D", diz.
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