São Paulo, quinta-feira, 05 de julho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

Trindade aposta em alta gastronomia portuguesa a preços intermediários

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

O restaurante Trindade inaugura um nicho que a cidade precisava ver ocupado. Trata-se de um restaurante português de grande qualidade, mas situado num nível de preço abaixo dos ícones desta especialidade (que são bem caros). Abre um espaço intermediário, acima dos restaurantes portugueses da velha tradição, aqueles caracterizados por seu ar simples e acolhedor de tascas tradicionais. O Trindade é uma novidade, ainda que pareça apenas um ovo de Colombo. Ou de Cabral.
Ou de Carlos Bettencourt, o sócio-proprietário que toca a operação, lastreado por sócios-investidores. Bettencourt é também o nome à frente do A Bela Sintra, elegante e cara casa aberta em 2004, depois de longa jornada como gerente do Antiquarius -cargo que ocupou depois de uma experiência familiar em sua terra, e de chegar ao Brasil (em Foz do Iguaçu) em 1985.
Na cozinha, ele tem o trabalho dos chefs Francisco Everaldo, cearense de 27 anos (subchef do A Bela Sintra por dois anos) e seu auxiliar Edmundo Ferreira, 57 (que trabalhou no Marquês de Marialva). A proposta da casa é servir uma gastronomia portuguesa mais informal, com pratos diferentes do A Bela Sintra (afora alguns hits incontornáveis).
É claro que há bacalhau bi cardápio -este sucesso nacional e que é tão difícil de encontrar decentemente feito. Mas apenas um deles na faixa mais cara, daqueles em posta -o bacalhau grelhado e levado ao forno com cebola, alho, ovo e batatas assadas. O bacalhau, agora desfiado, é também a matéria-prima do empadão servido, em massa finíssima, como entrada. As lulas são macias, depois de longo cozimento servidas acompanhadas de folhas verdes em salada.

Cordeiro e picadinho
Mas nem tudo são frutos do mar: uma prova radical disso é o prato de perna de cordeiro assada com seu próprio molho com batatas; sem esquecer que existem clássicos como o bife na caçarola (com conhaque, molho rôtie, batatas e ovo estrelado) mas também o picadinho com arroz, feijão e farofa de banana. Como sobremesa, os tradicionais doces conventuais portugueses; e, na taça, uma seleção de bons vinhos portugueses.

josimar@basilico.com.br


Texto Anterior: Bebida: Portugal mira produção de vinhos brancos
Próximo Texto: Bom e barato: Santa Margherita une ar de boteco e bons antepastos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.