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Crítica
Trindade aposta em alta gastronomia portuguesa a preços intermediários
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
O
restaurante Trindade
inaugura um nicho que
a cidade precisava ver
ocupado. Trata-se de um restaurante português de grande
qualidade, mas situado num nível de preço abaixo dos ícones
desta especialidade (que são
bem caros). Abre um espaço intermediário, acima dos restaurantes portugueses da velha
tradição, aqueles caracterizados por seu ar simples e acolhedor de tascas tradicionais.
O Trindade é uma novidade,
ainda que pareça apenas um
ovo de Colombo. Ou de Cabral.
Ou de Carlos Bettencourt, o sócio-proprietário que toca a operação, lastreado por sócios-investidores.
Bettencourt é também o nome à frente do A Bela Sintra,
elegante e cara casa aberta em
2004, depois de longa jornada
como gerente do Antiquarius
-cargo que ocupou depois de
uma experiência familiar em
sua terra, e de chegar ao Brasil
(em Foz do Iguaçu) em 1985.
Na cozinha, ele tem o trabalho dos chefs Francisco Everaldo, cearense de 27 anos (subchef do A Bela Sintra por dois
anos) e seu auxiliar Edmundo
Ferreira, 57 (que trabalhou no
Marquês de Marialva). A proposta da casa é servir uma gastronomia portuguesa mais informal, com pratos diferentes
do A Bela Sintra (afora alguns
hits incontornáveis).
É claro que há bacalhau bi
cardápio -este sucesso nacional e que é tão difícil de encontrar decentemente feito. Mas
apenas um deles na faixa mais
cara, daqueles em posta -o bacalhau grelhado e levado ao forno com cebola, alho, ovo e batatas assadas. O bacalhau, agora
desfiado, é também a matéria-prima do empadão servido, em
massa finíssima, como entrada.
As lulas são macias, depois de
longo cozimento servidas
acompanhadas de folhas verdes em salada.
Cordeiro e picadinho
Mas nem tudo são frutos do
mar: uma prova radical disso é
o prato de perna de cordeiro assada com seu próprio molho
com batatas; sem esquecer que
existem clássicos como o bife
na caçarola (com conhaque,
molho rôtie, batatas e ovo estrelado) mas também o picadinho com arroz, feijão e farofa
de banana. Como sobremesa,
os tradicionais doces conventuais portugueses; e, na taça,
uma seleção de bons vinhos
portugueses.
josimar@basilico.com.br
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