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BARBARA GANCIA
André Gonçalves virou mendigo com pinta de rasta
Sei que o leitor pode ter a impressão de que esta coluna teima
em bater sempre na mesma tecla,
mas o que eu posso fazer se, semana sim, semana não, os mesmos
três ou quatro "telebatráquios"
insistem em inventar uma moda
nova?
Você se lembra, ó nobre leitor,
quando eu disse que o negócio da
Xuxa era estar sempre na boca do
povo? Que quando ela está afastada da mídia inventa logo um
factóide da Xuxa, também conhecido como xuctóide, para não cair
no esquecimento?
Pois então. Na semana passada,
com a maior cara-de-pau, a rainha dos baixinhos revelou que tinha inventado aquela história do
namorado secreto, "bonito, rico e
famoso", porque "não aguentava
mais" as especulações a respeito
de sua vida amorosa (como se alguém ainda estivesse disposto a
perder tempo fritando neurônios
para decifrar o que se passa no coração de dona Maria da Graça
Meneghel, não é mesmo?).
Até dá para entender que uma
pessoa sem grandes dotes artísticos, mas com uma enorme intuição para os negócios, como a Xuxa, queira manipular a imaginação das pessoas inventando príncipes encantados.
Mas que depois ela venha a público para dar um chute na nossa
inteligência, dizendo que não
pensava que sua declaração "fosse tomar uma dimensão tão grande" já é entrar no território da indecência.
Alô, Xuxa! Você está muito repetitiva! Nos últimos tempos, toda vez que lança um xuctóide, você espera uns dias e depois solta a
declaração de que "não imaginava que a coisa fosse ganhar tamanha repercussão".
Não foi assim recentemente,
quando você chorou com medo
de ser esmagada na passeata pela
paz? Dá um tempo, Xuxa, que
desse jeito você acaba perdendo
até a graça que traz no nome.
E, por falar em sem graça, alguém já viu balde d"água maior
do que o ratinho Chip, o primo
tapuia do Stuart Little, que o Bradesco está usando para anunciar
seu banco via internet? Será que o
pessoal que criou o Stuart Little
está sabendo que o banco usa um
sósia do ratinho como garoto-propaganda? Até o figurino do
Chip é igual ao do Stuart Little. Só
está faltando ele falar com a voz
do Michael J. Fox.
O André Gonçalves, por outro
lado, está tão parecido com o
Garrincha quanto eu com a Ana
Hickmann. O caro leitor já viu a
transformação pela qual o André
passou para viver Mané Garrincha no cinema? Ele ficou a cara
daqueles mendigos que a gente vê
por aí falando sozinho, que não
lavam a cabeça há mais de ano.
E-mail:
barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/
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