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CRÍTICA
Vale pelos efeitos especiais
SÉRGIO DÁVILA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma pena quando as adaptações de
bons livros para o cinema sofrem
pelo timing errado. É o caso do clássico
da ficção científica "Eu, Robô", que chega às telas quatro décadas depois, justo
na vigência da Doutrina Bush.
Assim, o que originalmente era uma
fábula de entendimento e compreensão
mútuos vira um faroeste futurista, em
que Will Smith é o mocinho e os robôs
são os bandidos. Só que este mocinho é
um chauvinista-racista, além de funcionário público que atira pedras contra as
corporações.
Estas, por sua vez, refletem um inconfessável "american dream", o desejo de
fabricar seu próprio imigrante ilegal,
desde que este não seja imigrante nem
ilegal, para fazer o serviço sujo.
Na Chicago de 2035, o policial Del
Spooner (Smith) odeia robôs por conta
do mal-funcionamento de um deles durante um resgate automobilístico. Por
esse motivo, descobre-se depois, é colocado para investigar o suicídio de seu
amigo e mentor, o cientista Alfred Lanning (James Cromwell).
Este é o pai da moderna robótica, autor das três leis que permitem a coexistência pacífica entre homens e máquinas. Só que Lanning é cooptado pela
multinacional U.S. Robotics, que se prepara para o lançamento massivo de um
novo modelo de robô, o CS-5.
No meio da investigação, Spooner começa a suspeitar que talvez essa nova
geração traga no "peito" um dispositivo
que dê ao robô a possibilidade de não
respeitar as três leis, e que uma revolução andróide estaria a caminho.
O sicário da revolução é o robô Sonny
(Alan Tudyk), que por uma malfunção
conhecida como "fantasma na máquina" adquire características humanas (a
principal delas será trair seus companheiros de luta). É ao virar traíra que ganhará a afeição do tira.
Vale pelos efeitos especiais.
Eu, Robô
I, Robot
Produção: EUA, 2004
Quando: a partir de hoje no
Market Place Playarte, Villa-Lobos e circuito
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