IRINEU FRANCO PERPETUO
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Com um programa que destaca "Santos Football Music", de Gilberto Mendes, a Orquestra Sinfônica Municipal de Santos, regida por Luís Gustavo Petri, abre amanhã, no teatro São Pedro, a 39ª edição do mais tradicional evento de música contemporânea do Brasil, o Festival Música Nova.
O festival vai até dia 18, quando será encerrado com apresentação da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, tocando Stravinski, Schönberg e Villa-Lobos, sob a batuta de Abel Rocha, no teatro Sérgio Cardoso. Sempre com entrada franca, os concertos do Música Nova acontecem também no Centro Universitário Maria Antônia, Aliança Francesa, Sesc Consolação e Masp. Além disso, haverá espetáculos no Teatro Municipal Brás Cubas, em Santos.
Criador do evento, em 1962, e seu diretor artístico, Mendes, 81, festeja os R$ 200 mil de patrocínio da Petrobras. "Não é que agora o festival seja maior, mas vamos pagar melhor os músicos", afirma. "Além disso, o dinheiro ajuda a trazer grupos de fora".
Neste ano, a lista de atrações internacionais destaca o Ensemble L'Itinéraire, de Paris, que toca sábado, no São Pedro; a soprano italiana Luisa Castellani, que interpreta obras de compositores peninsulares como Berio e Dallapiccola no Sesc Consolação, dia 17; e o pianista mexicano radicado em Nova York Max Lifchitz, que faz, no Masp, dia 13, a primeira metade de uma apresentação cuja segunda parte fica a cargo do duo formado pelo percussionista francês Thierry Miroglio e pela pianista romena Ancuza Aprodu.
Entre os nomes brasileiros, destaca-se o grupo QuartaD, do clarinetista Luís Afonso Montanha e do violinista Luís Amato, que, no domingo, às 18h, no São Pedro, toca o "Quarteto Para o Fim dos Tempos", de Messiaen, ao lado de criações de Arrigo Barnabé e Silvio Ferraz.
Ferraz também atua na segunda-feira, na Aliança Francesa, com seu grupo Akronon, em concerto de música eletroacústica cuja parte inicial fica a cargo do compositor Flo Meneses. No mesmo teatro, na quarta, a atração é o "Núcleo Hespérides: Música das Américas", conjunto idealizado pelo maestro Samuel Kerr e pela pianista Rosana Civile.
Além de "Santos Football Music", outra obra de Mendes apresentada no festival é "Rastro Harmônico", que a Sinfonia Cultura toca dia 16, no Sesc Consolação.
Com 24 minutos de duração, "Rastro Harmônico" foi custeada pela Fundação Vitae. A peça tem, na visão do autor, "uma concepção minimalista, para uma realização maximalista, que envolve a orquestra até seus limites".
As aparições do compositor no festival devem ser filmadas por seu filho, Carlos Mendes, que está realizando um documentário a seu respeito. "Acho que até o final do ano ele termina o filme. Ele esteve comigo no exterior, documentando apresentações recentes de obras minhas na Alemanha, na Holanda e na Rússia", diz o diretor artístico do festival.