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Crítica
Sons de sintetizadores abafam e tiram a força de novas canções do álbum
DA SUCURSAL DO RIO
Marina Lima diz que os
sons produzidos por
sintetizadores e afins
não são efeitos, mas fazem parte de suas músicas. E que são
sons do nosso tempo ruidoso
-ou "urgente", diz ela.
Não há como não concordar,
ao menos teoricamente. Mas,
mesmo que soe preconceituoso, é difícil para este resenhista
não ver a força de canções novas como "Três" e "Valeu" um
tanto esterilizadas pela parafernália de loops.
Além de boas idéias nas letras, as levadas tango de "Três",
funk de "Anna Bella" e blues/
rock de "Entre as Coisas", por
exemplo, são interessantes na
base das composições. Mas parece que elas não estariam tão
conectadas com o presente se
não recebessem doses metalingüísticas de sons sintetizados.
O resultado nem sempre é feliz.
As faixas mais despidas são a
nova "Que Ainda Virão" e "Dura na Queda", que Chico Buarque fez para Elza Soares e que
tem só a primeira parte cantada
por Marina. São momentos de
suavidade, mas o barulho de
"Vestidinho Vermelho" é muito bem-vindo, graças ao sarcasmo da versão de Alvin L para a
música de Laurie Anderson e à
interpretação inteligente da
Marina. Em especial nas canções novas, há muitas camadas
a se descobrir na fase atual de
Marina. Talvez os efeitos as
ocultem. Ou é o preconceito? O
jeito é continuar ouvindo.
(LFV)
LÁ NOS PRIMÓRDIOS
Artista: Marina Lima
Gravadora: EMI
Quanto: R$ 27, em média
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