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Moniz Bandeira recebe Juca Pato
Intelectual de 2005, historiador declarou que a queda do império americano será vertiginosa e violenta
DA REPORTAGEM LOCAL
O declínio do império americano acontecerá de forma tão
vertiginosa, dramática e violenta quanto a sua ascensão. Com
tal previsão, o escritor Luiz Alberto Moniz Bandeira, 70, encerrou anteontem seu discurso
de quase uma hora, em agradecimento ao prêmio de intelectual do ano de 2005, o troféu
Juca Pato, entregue na Academia Paulista de Letras. Em sua
44ª edição, o prêmio é uma parceria entre a UBE (União Brasileira de Escritores) e a Folha.
Participaram da cerimônia o
presidente da UBE, Levi Bucalem Ferrari, o secretário estadual da Cultura, João Batista
de Andrade, o crítico literário
Fábio Lucas, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, Ives
Gandra Martins, presidente da
APL, e o secretário de Redação
da Folha Vaguinaldo Marinheiro, representando o jornal.
Moniz Bandeira recebeu o
troféu das mãos de Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, laureado do ano passado. O escritor
iniciou sua fala fazendo uma
homenagem a Antonio Rezk,
morto no ano passado, quando
era vice-presidente da UBE.
Em seguida, passou a lembrar
seus 50 anos de dedicação à vida literária e acadêmica, trajetória marcada pelo trabalho como jornalista e pela militância
contra a ditadura militar, que o
levou ao exílio, à clandestinidade e, por duas vezes, à prisão.
Vocação imperialista
Lançado no ano passado,
"Formação do Império Americano", de Moniz Bandeira, foi a
razão central da premiação. O
livro fala sobre a vocação imperialista americana e serviu de
lastro para a fala do historiador.
Falando da "penetração" americana na política brasileira,
Moniz Bandeira lembrou o suicídio de Getúlio Vargas, e como
o Brasil entrou, em 1964, para a
lista dos golpes engendrados
em Washington.
O historiador também comparou os Estados Unidos ao
Império Romano, mas fez uma
ressalva: ao contrário do segundo, que ruiu após séculos de hegemonia, o Império Americano
conhecerá sua queda em questão de décadas, por conta de
seus crescentes déficits comercial e fiscal.
Falando sobre a beligerância
americana, Moniz Bandeira
culpou as guerras dos Estados
Unidos no Afeganistão e Iraque
("já perdidas", frisou ele) pelo
recrudescimento dos conflitos
no Oriente Médio que agora
atingem o Líbano.
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