São Paulo, domingo, 05 de agosto de 2007

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TV paga lança safra de séries sexuais

Sobra desejo e falta humor nos seriados da temporada 2007/ 2008

Pacote também traz Sally Field no papel de "mamãe sabe-tudo"; em baixa, comédias só comparecem com "Eight Days a Week"

LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Chega de mocinhas e marmanjos indiferentes aos convites de uma ilha do Pacífico à libidinagem. Também já passou o tempo dos investigadores da polícia forense ocupados demais para cultivar passatempos carnais. Na leva de séries que estréia a partir de novembro na TV paga brasileira, a voltagem sexual está em alta.
A Folha teve acesso a nove dos títulos que a Warner Channel, o Universal e os canais do grupo FOX apresentam ao público no fim deste ano. Em pelo menos três deles, o sexo é deliberadamente usado como isca para o público.
É o caso de "Swingtown" (cidade do suingue), crônica das estripulias sexuais de um grupo de casais ambientada em um subúrbio de Chicago, no auge da lascívia década de 70. Trocas de parceiros, relacionamentos abertos e festinhas apimentadas estão no enredo. A série foi adquirida pelo Warner Channel e ainda não tem data de estréia definida.
"Californication" (californicação) é outra que entrega seu quê libertino logo no título. O programa marca a volta à TV de David "Arquivo X" Duchovny, que troca o agente Fox Scully pelo escritor Hank Moody, cujos bloqueios criativos só são superados à base de drogas e (muito) sexo. Só no primeiro episódio, o protagonista vai para a cama com uma garota de 16 anos -que ele acredita estar na faculdade- e com uma mulher casada. Na fila, fica uma atraente freira.
Já "Cane" (cana) se vende como uma saga familiar tradicional, com intrigas, traições e conchavos a balançar um clã de cubanos-americanos que administra uma fábrica de rum no sul da Flórida. Mas o trailer disponível na internet não deixa dúvidas: as armações vão acontecer nos intervalos entre beijos, amassos e transas.
O diretor do Universal Channel no Brasil, Paulo Barata, não acredita que as séries que chegam à TV paga brasileira a partir de novembro permitam falar em uma (nova) aposta em enredos sexuais. "Histórias assim sempre estiveram presentes. Se a abordagem é excessiva e deliberada, [a série] não emplaca", diz.

Sem riscos
De excessos (e riscos), "Brothers and Sisters", que o Universal estréia em outubro, passa longe. Drama familiar na linha "mamãe sabe-tudo", mostra a veterana Sally Field dividida na atenção às pequenas tragédias dos filhos -e com pouco tempo para assimilar a própria, a perda repentina do marido. A série teve início vacilante nos EUA no fim de 2006, mas encontrou seu público e tem segunda temporada confirmada.
Além da carga sexual elevada, outra tendência da temporada 2007/2008 é a escassez de novas comédias. O gênero anda em baixa há alguns anos na TV dos EUA. Dos nove títulos informados à Folha, só "Eight Days a Week", do Warner, se propõe a fazer rir. E, a julgar pela sinopse do quadro ao lado, fica só na vontade, mesmo.


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