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TV paga lança safra de séries sexuais
Sobra desejo e falta humor nos seriados da temporada 2007/ 2008
Pacote também traz Sally Field no papel de "mamãe sabe-tudo"; em baixa, comédias só comparecem com "Eight Days a Week"
LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL
Chega de mocinhas e marmanjos indiferentes aos convites de uma ilha do Pacífico à libidinagem. Também já passou o tempo dos investigadores da
polícia forense ocupados demais para cultivar passatempos
carnais. Na leva de séries que
estréia a partir de novembro na
TV paga brasileira, a voltagem
sexual está em alta.
A Folha teve acesso a nove
dos títulos que a Warner
Channel, o Universal e os canais do grupo FOX apresentam
ao público no fim deste ano.
Em pelo menos três deles, o sexo é deliberadamente usado
como isca para o público.
É o caso de "Swingtown" (cidade do suingue), crônica das
estripulias sexuais de um grupo de casais ambientada em
um subúrbio de Chicago, no
auge da lascívia década de 70.
Trocas de parceiros, relacionamentos abertos e festinhas apimentadas estão no enredo. A
série foi adquirida pelo Warner
Channel e ainda não tem data
de estréia definida.
"Californication" (californicação) é outra que entrega seu
quê libertino logo no título. O
programa marca a volta à TV
de David "Arquivo X"
Duchovny, que troca o agente
Fox Scully pelo escritor Hank
Moody, cujos bloqueios criativos só são superados à base de
drogas e (muito) sexo. Só no
primeiro episódio, o protagonista vai para a cama com uma
garota de 16 anos -que ele
acredita estar na faculdade- e
com uma mulher casada. Na fila, fica uma atraente freira.
Já "Cane" (cana) se vende
como uma saga familiar tradicional, com intrigas, traições e
conchavos a balançar um clã de
cubanos-americanos que administra uma fábrica de rum
no sul da Flórida. Mas o trailer
disponível na internet não deixa dúvidas: as armações vão
acontecer nos intervalos entre
beijos, amassos e transas.
O diretor do Universal Channel no Brasil, Paulo Barata, não
acredita que as séries que chegam à TV paga brasileira a partir de novembro permitam falar em uma (nova) aposta em
enredos sexuais. "Histórias assim sempre estiveram presentes. Se a abordagem é excessiva
e deliberada, [a série] não emplaca", diz.
Sem riscos
De excessos (e riscos),
"Brothers and Sisters", que o
Universal estréia em outubro,
passa longe. Drama familiar na
linha "mamãe sabe-tudo",
mostra a veterana Sally Field
dividida na atenção às pequenas tragédias dos filhos -e com
pouco tempo para assimilar a
própria, a perda repentina do
marido. A série teve início vacilante nos EUA no fim de 2006,
mas encontrou seu público e
tem segunda temporada confirmada.
Além da carga sexual elevada,
outra tendência da temporada
2007/2008 é a escassez de novas comédias. O gênero anda
em baixa há alguns anos na TV
dos EUA. Dos nove títulos informados à Folha, só "Eight
Days a Week", do Warner, se
propõe a fazer rir. E, a julgar
pela sinopse do quadro ao lado,
fica só na vontade, mesmo.
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