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OPINIÃO
Autor percebeu que a crítica precisava achar tom coloquial
CRÍTICO DA FOLHA
Roger Ebert, 68, é o mais
influente e conhecido crítico
de cinema dos Estados Unidos. Desde 1967, escreve no
jornal "Chicago Sun-Times".
Lançou cerca de 20 livros
sobre cinema e comandou,
por mais de 30 anos, programas de TV que levaram a crítica cinematográfica ao grande público.
Em 1975, foi o primeiro crítico de cinema a receber um
prêmio Pulitzer. No mesmo
ano, começou um programa
de TV com Gene Siskel, crítico do jornal concorrente, o
"Chicago Tribune". Ebert
continuou o programa mesmo depois da morte de Siskel, em 1999.
O maior mérito de Roger
Ebert foi ter ajudado a tirar a
crítica de cinema do pedestal
elitista em que se encontrava
nos anos 70. Ele percebeu
que a crítica, para sobreviver
e crescer, precisava achar um
tom mais coloquial e adequado ao grande público.
Roger Ebert usou sua fama
e credibilidade para ajudar
diversos diretores. O alemão
Werner Herzog, um de seus
prediletos, dedicou o filme
"Encounters at the End of the
World" (2007) a ele.
No fim dos anos 60, Ebert
foi um dos grandes defensores do cinema autoral americano, apoiando diretores como Sam Peckinpah e Martin
Scorsese. Também tentou a
sorte como roteirista e escreveu diversas comédias eróticas para o rei do "sexploitation", Russ Meyer.
Há 13 anos, Roger Ebert comanda o "Ebertfest", um festival em que exibe filmes antigos e novos que, em sua
opinião, não receberam a
atenção merecida.
Em 2002, foi diagnosticado com câncer na tireoide.
Desde 2006, quando médicos precisaram retirar seu
maxilar, Ebert não consegue
falar ou comer.
Em maio de 2009, ele escreveu em seu blog: "Eu sei
que está chegando o momento, e não tenho medo, porque
acredito que não existe nada
do outro lado para temer (...)
Agradeço pelo dom da inteligência, pela vida, pelo amor
e pelo riso. Não dá para dizer
que não foi interessante...".
(ANDRÉ BARCINSKI)
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