São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2010

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OPINIÃO

Autor percebeu que a crítica precisava achar tom coloquial

CRÍTICO DA FOLHA

Roger Ebert, 68, é o mais influente e conhecido crítico de cinema dos Estados Unidos. Desde 1967, escreve no jornal "Chicago Sun-Times".
Lançou cerca de 20 livros sobre cinema e comandou, por mais de 30 anos, programas de TV que levaram a crítica cinematográfica ao grande público.
Em 1975, foi o primeiro crítico de cinema a receber um prêmio Pulitzer. No mesmo ano, começou um programa de TV com Gene Siskel, crítico do jornal concorrente, o "Chicago Tribune". Ebert continuou o programa mesmo depois da morte de Siskel, em 1999.
O maior mérito de Roger Ebert foi ter ajudado a tirar a crítica de cinema do pedestal elitista em que se encontrava nos anos 70. Ele percebeu que a crítica, para sobreviver e crescer, precisava achar um tom mais coloquial e adequado ao grande público.
Roger Ebert usou sua fama e credibilidade para ajudar diversos diretores. O alemão Werner Herzog, um de seus prediletos, dedicou o filme "Encounters at the End of the World" (2007) a ele.
No fim dos anos 60, Ebert foi um dos grandes defensores do cinema autoral americano, apoiando diretores como Sam Peckinpah e Martin Scorsese. Também tentou a sorte como roteirista e escreveu diversas comédias eróticas para o rei do "sexploitation", Russ Meyer.
Há 13 anos, Roger Ebert comanda o "Ebertfest", um festival em que exibe filmes antigos e novos que, em sua opinião, não receberam a atenção merecida.
Em 2002, foi diagnosticado com câncer na tireoide. Desde 2006, quando médicos precisaram retirar seu maxilar, Ebert não consegue falar ou comer.
Em maio de 2009, ele escreveu em seu blog: "Eu sei que está chegando o momento, e não tenho medo, porque acredito que não existe nada do outro lado para temer (...) Agradeço pelo dom da inteligência, pela vida, pelo amor e pelo riso. Não dá para dizer que não foi interessante...". (ANDRÉ BARCINSKI)


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