São Paulo, quinta-feira, 05 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Projeto envolve criação de um guaraná "alternativo"

DANIEL HORA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A estratégia de Andy Warhol de transformar latas de sopa em arte foi levada ao âmbito econômico pelo coletivo dinamarquês Superflex. O projeto "Guaraná Power" foi iniciado pelos integrantes Bjornstjerne Christiansen, Jakob Fenger e Rasmus Nielsen em 2003, em parceria com fazendeiros da cidade de Maués, no Amazonas. A proposta surgiu de um estudo econômico da comunidade, afetada pela redução dos preços das sementes em decorrência do controle do mercado pelas indústrias de refrigerantes.
Os artistas propuseram transformar uma das principais marcas de guaraná em "produto primário", adaptando suas características para criar uma bebida própria com os fazendeiros. O coletivo prefere não mencionar qual é a companhia, com a justificativa de que estaria respondendo a um processo na Justiça. Na obra original, a marca usada como referência é a da AmBev.
Análoga à distribuição de software livre, a iniciativa do Superflex recupera a identidade de tônico natural da bebida derivada da planta amazônica, com o objetivo de proporcionar ganhos diretos aos agricultores. "Estabelecemos o valor de R$ 15 para o quilo de sementes, enquanto as indústrias pagam R$ 7", afirma Bjornstjerne.
Com propriedades energéticas mais concentradas e de sabor mais forte, a bebida do Superflex fez sua primeira aparição em São Paulo anteontem, na galeria Vermelho. Por meio de sua assessoria, a AmBev declarou não ver problema na obra. Diz não ter tido nenhum nenhum contato com o grupo.


Texto Anterior: Guia da 27ª Bienal
Próximo Texto: Comida - Crítica: Aberto 24 horas, Paris 6 apresenta bom cardápio flexível e decoração art-nouveau
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.