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Projeto envolve criação de um guaraná "alternativo"
DANIEL HORA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A estratégia de Andy Warhol
de transformar latas de sopa
em arte foi levada ao âmbito
econômico pelo coletivo dinamarquês Superflex. O projeto
"Guaraná Power" foi iniciado
pelos integrantes Bjornstjerne
Christiansen, Jakob Fenger e
Rasmus Nielsen em 2003, em
parceria com fazendeiros da cidade de Maués, no Amazonas.
A proposta surgiu de um estudo
econômico da comunidade,
afetada pela redução dos preços das sementes em decorrência do controle do mercado pelas indústrias de refrigerantes.
Os artistas propuseram
transformar uma das principais marcas de guaraná em
"produto primário", adaptando
suas características para criar
uma bebida própria com os fazendeiros. O coletivo prefere
não mencionar qual é a companhia, com a justificativa de que
estaria respondendo a um processo na Justiça. Na obra original, a marca usada como referência é a da AmBev.
Análoga à distribuição de
software livre, a iniciativa do
Superflex recupera a identidade de tônico natural da bebida
derivada da planta amazônica,
com o objetivo de proporcionar
ganhos diretos aos agricultores.
"Estabelecemos o valor de R$
15 para o quilo de sementes, enquanto as indústrias pagam R$
7", afirma Bjornstjerne.
Com propriedades energéticas mais concentradas e de sabor mais forte, a bebida do Superflex fez sua primeira aparição em São Paulo anteontem,
na galeria Vermelho. Por meio
de sua assessoria, a AmBev declarou não ver problema na
obra. Diz não ter tido nenhum
nenhum contato com o grupo.
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