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Não é de hoje que Estado é mecenas
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde que Adolf Hitler
foi rejeitado pela Academia de Belas Artes de Viena, foram poucos os artistas plásticos a entrar de fato na política. Mas não é de
hoje que o Estado é um
grande mecenas e consegue impor seus ideais por
meio da arte oficial.
Primeira entre as vanguardas do século 20, o futurismo italiano acabou
virando aliado visual do
regime fascista décadas
depois. Autor do manifesto que definiu o movimento, Filippo Tommaso Marinetti chegou a se filiar ao
partido de Mussolini
-suas máquinas e apologia à velocidade ajudaram
a embalar a doutrina que
se queria imprimir à Itália.
Enquanto isso, Moscou
estava em plena ebulição
com o chamado realismo
socialista: arte de traços
estilizados e esquema cromático restrito -quase
que exclusiva preferência
pelas cores do regime, vermelho, negro e bege-, e
retratos dos líderes da
Rússia pós-revolução.
Do outro lado do Atlântico, essa produção teve
um eco no muralismo de
artistas mexicanos como
Diego Rivera, Gabriel
Orozco e David Siqueiros.
No rastro do "crash" da
Bolsa em 1929, a Works
Progress Administration,
agência subordinada ao
New Deal, plano de resgate econômico, financiou a
produção de artistas que
seguiram, pelo menos no
reducionismo das formas,
alguns cânones do realismo soviético.
Nos anos 40, o nazismo
teve seus ideais propagados pela cineasta Leni Riefenstahl e pelo arquiteto
Albert Speer, enquanto
Hitler mandava queimar
obras de Paul Klee e reunia a arte contra o regime
no salão dos degenerados.
Nos EUA de Obama e
McCain, Andy Warhol fez
um pôster contra Richard
Nixon nas eleições de
1972. Mais tarde, a candidata a vice Geraldine Ferraro foi retratada como a
Liberdade, numa cópia da
alegoria de Eugène Delacroix, durante a campanha
presidencial de 1984.
(SM)
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