São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2008

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Não é de hoje que Estado é mecenas

DA REPORTAGEM LOCAL

Desde que Adolf Hitler foi rejeitado pela Academia de Belas Artes de Viena, foram poucos os artistas plásticos a entrar de fato na política. Mas não é de hoje que o Estado é um grande mecenas e consegue impor seus ideais por meio da arte oficial.
Primeira entre as vanguardas do século 20, o futurismo italiano acabou virando aliado visual do regime fascista décadas depois. Autor do manifesto que definiu o movimento, Filippo Tommaso Marinetti chegou a se filiar ao partido de Mussolini -suas máquinas e apologia à velocidade ajudaram a embalar a doutrina que se queria imprimir à Itália.
Enquanto isso, Moscou estava em plena ebulição com o chamado realismo socialista: arte de traços estilizados e esquema cromático restrito -quase que exclusiva preferência pelas cores do regime, vermelho, negro e bege-, e retratos dos líderes da Rússia pós-revolução.
Do outro lado do Atlântico, essa produção teve um eco no muralismo de artistas mexicanos como Diego Rivera, Gabriel Orozco e David Siqueiros.
No rastro do "crash" da Bolsa em 1929, a Works Progress Administration, agência subordinada ao New Deal, plano de resgate econômico, financiou a produção de artistas que seguiram, pelo menos no reducionismo das formas, alguns cânones do realismo soviético.
Nos anos 40, o nazismo teve seus ideais propagados pela cineasta Leni Riefenstahl e pelo arquiteto Albert Speer, enquanto Hitler mandava queimar obras de Paul Klee e reunia a arte contra o regime no salão dos degenerados.
Nos EUA de Obama e McCain, Andy Warhol fez um pôster contra Richard Nixon nas eleições de 1972. Mais tarde, a candidata a vice Geraldine Ferraro foi retratada como a Liberdade, numa cópia da alegoria de Eugène Delacroix, durante a campanha presidencial de 1984. (SM)


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