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Coleção Folha traz bossa de Menescal
No próximo domingo, o compositor e violonista será protagonista do 11º volume da Coleção Folha 50 Anos de Bossa Nova
Neste livro-CD, ele interpreta composições suas, como "Telefone" e "Rio", além de clássicos da bossa nova, como "O Pato"
DA REPORTAGEM LOCAL
Prestes a completar 71 anos
(dia 25), ele continua fazendo
shows pelo país e no exterior,
além de produzir discos, com o
mesmo entusiasmo juvenil que
exibia ao despontar na cena
musical. O compositor e violonista Roberto Menescal é protagonista do 11º volume da Coleção Folha 50 Anos de Bossa
Nova, que chega às bancas no
próximo domingo, dia 10.
Aglutinador do grupo de jovens compositores e intérpretes que, em meados dos anos
50, desempenharam papel essencial na criação da bossa nova, Menescal nasceu em Vitória
(ES), assim como a cantora Nara Leão, sua futura parceira,
mas os dois só se conheceram
no colégio, no Rio de Janeiro.
Era no confortável apartamento da família de Nara, na
avenida Atlântica, em Copacabana, que ela, Menescal, os violonistas Carlos Lyra e Chico
Feitosa, o pianista Luiz Carlos
Vinhas, o letrista Ronaldo Bôscoli e o flautista Bebeto Castilho, entre outros, reuniam-se
para cantar e tocar. Em comum, tinham a vontade de
criar uma música nova.
Nascido em uma família de
profissionais das ciências exatas, Menescal teria todas as
condições para seguir o mesmo
destino, mas a convivência com
Nara, Lyra e um violonista
baiano chamado João Gilberto
o fez vacilar. Em 1959, ao ouvir
de Tom Jobim o conselho de
que trocasse a física pela música, ele se decidiu, finalmente.
De sua parceria com Ronaldo
Bôscoli nasceram pérolas da
bossa nova, como as hoje clássicas "Barquinho", "Rio", "Você",
"Nós e o Mar" e "Vagamente",
entre outras. Já na década de
70, Menescal tornou-se diretor
artístico da Philips, a gravadora
mais poderosa da época. E, em
1997, criou seu selo, o Albatroz,
pelo qual lançou novos artistas.
"Não sou saudosista. Quem
vive do passado é samba-canção", costuma dizer Menescal,
um dos bossa-novistas da primeira geração mais abertos às
experiências de fusão da velha
bossa com elementos de outros
gêneros. Incentivado pelo pai, o
guitarrista Marcio Menescal
criou, em 1997, junto com o DJ
Marcelinho da Lua e o tecladista Alexandre Moreira, o projeto
eletrônico Bossacucanova.
No CD que acompanha este
volume da Coleção Folha, Menescal interpreta algumas de
suas composições mais conhecidas, como "Rio" e "Telefone",
além de clássicos da bossa nova, como "Corcovado" (de Tom
Jobim) e "O Pato" (Jayme Silva
e Neusa Teixeira). A cantora
Wanda Sá, habitual parceira de
Menescal, participa de oito das
14 faixas dessa antologia.
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