São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2008

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Coleção Folha traz bossa de Menescal

No próximo domingo, o compositor e violonista será protagonista do 11º volume da Coleção Folha 50 Anos de Bossa Nova

Neste livro-CD, ele interpreta composições suas, como "Telefone" e "Rio", além de clássicos da bossa nova, como "O Pato"

DA REPORTAGEM LOCAL

Prestes a completar 71 anos (dia 25), ele continua fazendo shows pelo país e no exterior, além de produzir discos, com o mesmo entusiasmo juvenil que exibia ao despontar na cena musical. O compositor e violonista Roberto Menescal é protagonista do 11º volume da Coleção Folha 50 Anos de Bossa Nova, que chega às bancas no próximo domingo, dia 10.
Aglutinador do grupo de jovens compositores e intérpretes que, em meados dos anos 50, desempenharam papel essencial na criação da bossa nova, Menescal nasceu em Vitória (ES), assim como a cantora Nara Leão, sua futura parceira, mas os dois só se conheceram no colégio, no Rio de Janeiro.
Era no confortável apartamento da família de Nara, na avenida Atlântica, em Copacabana, que ela, Menescal, os violonistas Carlos Lyra e Chico Feitosa, o pianista Luiz Carlos Vinhas, o letrista Ronaldo Bôscoli e o flautista Bebeto Castilho, entre outros, reuniam-se para cantar e tocar. Em comum, tinham a vontade de criar uma música nova.
Nascido em uma família de profissionais das ciências exatas, Menescal teria todas as condições para seguir o mesmo destino, mas a convivência com Nara, Lyra e um violonista baiano chamado João Gilberto o fez vacilar. Em 1959, ao ouvir de Tom Jobim o conselho de que trocasse a física pela música, ele se decidiu, finalmente.
De sua parceria com Ronaldo Bôscoli nasceram pérolas da bossa nova, como as hoje clássicas "Barquinho", "Rio", "Você", "Nós e o Mar" e "Vagamente", entre outras. Já na década de 70, Menescal tornou-se diretor artístico da Philips, a gravadora mais poderosa da época. E, em 1997, criou seu selo, o Albatroz, pelo qual lançou novos artistas.
"Não sou saudosista. Quem vive do passado é samba-canção", costuma dizer Menescal, um dos bossa-novistas da primeira geração mais abertos às experiências de fusão da velha bossa com elementos de outros gêneros. Incentivado pelo pai, o guitarrista Marcio Menescal criou, em 1997, junto com o DJ Marcelinho da Lua e o tecladista Alexandre Moreira, o projeto eletrônico Bossacucanova.
No CD que acompanha este volume da Coleção Folha, Menescal interpreta algumas de suas composições mais conhecidas, como "Rio" e "Telefone", além de clássicos da bossa nova, como "Corcovado" (de Tom Jobim) e "O Pato" (Jayme Silva e Neusa Teixeira). A cantora Wanda Sá, habitual parceira de Menescal, participa de oito das 14 faixas dessa antologia.


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