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Crítica
Schnabel dirige filme frouxo e incompreensível
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Julian Schnabel havia passado ao cinema com um filme sobre o pintor "Basquiat" que trazia um saudável amadorismo a
esse cinema americano que traduz em artificialismo o peso de
atitudes ultraprofissionais.
Seu filme seguinte, no entanto, é incompreensível. "Antes
do Anoitecer" (TC Cult, 22h)
poderia ter sido feito, a rigor,
por qualquer um -talvez a única particularidade seja o fato de
tratar de um escritor, portanto,
um artista.
Mas essa condição conta
pouco para o filme. Trata-se,
no essencial, de mostrar como
o escritor Reinaldo Arenas,
adepto da causa castrista
em Cuba, anos depois passa
a ser perseguido incansavelmente por sua militância
homossexual.
Que se trata de uma infâmia,
nenhuma dúvida. Mas sempre
se pode fazer a pergunta: neste
mundo tão cheio de infâmias,
isolar esta em particular, considerando-se a indústria do
anticastrismo nos EUA, é
uma escolha fraca, que talvez
explique, de cara, a frouxidão
do filme.
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