São Paulo, segunda-feira, 05 de novembro de 2007

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Crítica

Schnabel dirige filme frouxo e incompreensível

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Julian Schnabel havia passado ao cinema com um filme sobre o pintor "Basquiat" que trazia um saudável amadorismo a esse cinema americano que traduz em artificialismo o peso de atitudes ultraprofissionais.
Seu filme seguinte, no entanto, é incompreensível. "Antes do Anoitecer" (TC Cult, 22h) poderia ter sido feito, a rigor, por qualquer um -talvez a única particularidade seja o fato de tratar de um escritor, portanto, um artista.
Mas essa condição conta pouco para o filme. Trata-se, no essencial, de mostrar como o escritor Reinaldo Arenas, adepto da causa castrista em Cuba, anos depois passa a ser perseguido incansavelmente por sua militância homossexual.
Que se trata de uma infâmia, nenhuma dúvida. Mas sempre se pode fazer a pergunta: neste mundo tão cheio de infâmias, isolar esta em particular, considerando-se a indústria do anticastrismo nos EUA, é uma escolha fraca, que talvez explique, de cara, a frouxidão do filme.


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