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OUTRO LADO
Ministério nega censura em em portaria
DA REDAÇÃO
Alvo de críticas, a portaria
tenta equilibrar a relação entre
o Estado e a sociedade, segundo o diretor de classificação indicativa do Ministério da Justiça, José Eduardo Elias Romão.
"O que havia antes era um excesso de responsabilidade do
Estado. Aí sim poderia sugerir
intervenção. Agora não." Para
ele, a portaria não é arbitrária e
se distingue muito de censura.
Romão enxerga na sociedade
civil uma tradição em "demandar do Estado, mas renunciar à
participação". Segundo ele, a
grande identidade do atual governo é conjugar esforços para
que a população participe do
processo de decisão. "Exemplo
disso é que a portaria só se definiu depois de seis meses de consulta pública", justifica. Sobre
uma flexibilização nas faixas de
10 e 18 anos, Romão diz que essa
tese foi vencida na audiência
pública e rebate às acusações de
que portaria seria inconstitucional: "O argumento não deve
se dirigir à portaria, que regulamenta o dispositivo do ECA,
mas ao ECA. O debate é sobre a
constitucionalidade da lei. O
ministério é obrigado a produzir a regulamentação do texto
legal aprovado no Congresso".
O diretor afirma que a intenção agora é atribuir uma feição
científica à classificação: aprimorar conceitos, deixar claro
quais são eles, definir procedimentos e técnicas que possam
ser criticadas e reanalisadas.
"Ainda há ruídos? Certamente, mas o ministério tem se dedicado e muito à comunicação. A
democracia é uma via de mão
dupla."
(JF)
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