São Paulo, terça-feira, 05 de dezembro de 2006

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Crítica

Zumbis de Romero questionam ordem da atual sociedade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Do que temos medo? É como se cada filme de terror nos fizesse essa pergunta. É difícil encontrar resposta adequada, pois já não temos medo de nada realmente sobrenatural. As penas do inferno, o além, os tabus: o contemporâneo os mantém esvaziados.
Alguns cineastas, no entanto, trazem respostas convincentes: Wes Craven vai ao sonho. George A. Romero, inventor do terror moderno, visita com regularidade os seus zumbis. Quem são eles? Mortos-vivos. Não almas do outro mundo, mas deste.
O que apavora em "Terra dos Mortos" (Telecine Pipoca, 18h35) é que esses zumbis, humanos em estado degenerado ou de mutação, multiplicam-se, ocupam com desenvoltura o espaço dos homens, ameaçados a cada instante de passar para "o outro lado", não mais individualmente, apenas, mas como civilização.
E o que pode nos abalar tanto? Que essa terra de intenso sofrimento, a dos mortos, já não seja tão diferente da nossa. Eu disse "nossa"?


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