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Crítica
O cinema se queria arte nos anos de Resnais
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Talvez haja quem ache tudo
isso mentira. Mas existiu um
tempo em que os filmes de
Alain Resnais eram esperados
com ansiedade e exibidos correntemente nos cinemas.
Eles eram até bem mais experimentais do que "Amores
Parisienses - Aquela Velha
Canção" (TC Cult, 2h25; não
recomendado a menores de 12
anos), em que as pessoas se encontram e fazem o filme virar
um musical de evocação de antigas canções.
É verdade que nos anos de
ouro de Alain Resnais o cinema
se queria uma arte. Acessível a
todos, mas arte. Hoje ainda vemos os filmes de Resnais como
arte, mas, como se por isso, eles
não fossem divertidos.
Em todo caso, sua sorte é melhor que a de Paul Schrader,
que fez belos filmes -entre
eles, "Gigolô Americano" (TC
Cult, 22h, não recomendado a
menores de 14 anos), cujo título dispensa sinopse.
O protestante Schrader sumiu do mapa, na prática em todo caso, consumido pela indústria feroz em que o cinema
transformou-se.
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