São Paulo, sábado, 05 de dezembro de 2009 |
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Um arquiteto suíço na cidade
Jacques Herzog, da dupla que vai construir o Teatro da Dança, obra de R$ 300 milhões na Luz, encara dúvidas e polêmicas do projeto em viagem a SP
SILAS MARTÍ DA REPORTAGEM LOCAL Jacques Herzog é um arquiteto fustigado. Metade da dupla Herzog e De Meuron, que está projetando o milionário Teatro da Dança em São Paulo, o arquiteto suíço passou os últimos três dias na cidade. Protegido por um forte esquema de segurança, rodeado o tempo todo de assessores da Secretaria de Estado da Cultura, responsável pelo projeto, deu duas palestras e participou de um jantar na casa da artista Tomie Ohtake. Foi bombardeado de perguntas o tempo todo -as mesmas perguntas. E não versavam sobre arquitetura. Alunos da USP, visitantes da Bienal de Arquitetura, no Ibirapuera, querem saber o que ele acha de gastar os R$ 300 milhões -orçamento do projeto- para construir um teatro "faraônico" numa zona de "usuários de crack e prédios caindo aos pedaços". Alguém chegou a perguntar se ele não se preocupava com a possível morte de operários durante a construção. Ou se o uso de tijolos em sua reforma da Tate, em Londres, era alusão às condições de vida desses operários. E Herzog, 59, calmo, quase gélido, perdeu a paciência. "Tinha uma intuição e sabia que isso ia acontecer", desabafou à Folha, no meio do jantar. "Podia ter saído do debate para tomar uísque no bar do hotel, mas arquitetura é uma arte social, e eu sou só um arquiteto." Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: "SP é laboratório do modernismo" Índice |
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