São Paulo, domingo, 05 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Filme homenageia "Dancin" Days", marco dos anos 70 Dirigido pelo estreante Odilon Rocha, longa que aborda o clima efervescente da época deve estrear em 2011 MARCELO BORTOLOTI DO RIO Em 1978, o Brasil passava por uma abertura política, vivia um período de liberdade sexual e de comportamento na sociedade e assistia à novela "Dancin" Days" (Globo), escrita por Gilberto Braga. Para muitos historiadores, a mudança política foi o fato mais relevante que marcou o país na época. Mas, para o cineasta pernambucano Odilon Rocha, há 20 anos radicado em Londres, foi a novela. Rocha, que tem 42 anos, está no Brasil rodando seu filme "Novela das Oito", que estreia no segundo semestre de 2011 e tem no elenco nomes como Cláudia Ohana, Vanessa Giácomo e André Ramiro, o capitão Mathias do longa "Tropa de Elite". Para ele, "Dancin" Days" sintetizou o clima de efervescência cultural que o Rio de Janeiro vivia naquela época, com a influência da disco music, a mudança nos padrões de comportamento e a volta dos exilados políticos, disseminando-o para o resto do país. "A novela espalhou um certo desbunde pelo Brasil. Ela influenciou os jovens que passaram a adotar um comportamento mais moderno e tolerante", diz. GÊNERO MENOR Seu filme conta seis histórias que se interligam e têm como pano de fundo a novela. Três personagens são aficionados pelo folhetim, e em diversas cenas as pessoas estão assistindo à televisão. O longa-metragem também recria a boate "Dancin" Days", idealizada por Nelson Motta, que inspirou e que também aparece na trama de Gilberto Braga. Rocha não se incomoda em dizer que seu filme homenageia um gênero aparentemente menor, o da telenovela. "O grande fenômeno brasileiro é a novela, mais do que o futebol e o Carnaval", diz o diretor. É sua estreia em longas-metragens. Hoje, ele trabalha em Londres como "script doctor", função pouco conhecida no Brasil. Sua tarefa é melhorar roteiros que foram mal escritos para o cinema e para programas de televisão, em redes como a BBC. "Eu interfiro quando há algum problema na história ou quando a ação do personagem está incoerente com sua psicologia", diz. Texto Anterior: Mulheres colocam Viva entre os dez mais Próximo Texto: FOLHA.com Índice | Comunicar Erros

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