São Paulo, quinta-feira, 06 de janeiro de 2005

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VISUAIS

Artista está na lista de nomes definidos para o Ano do Brasil na França

Peticov levará mais luz a Paris

ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

O artista plástico Antonio Peticov vai usar o Brasil para iluminar Paris. Convidado pelo Ministério da Cultura para participar da "Saison Culturelle" (temporada cultural) francesa em homenagem ao país, Peticov planeja fazer uma megainstalação com luz e cor em pontes que atravessam o rio Sena.
"Quero fazer algo que lembre o Brasil, sem ser brega", afirmou o artista que vai à França neste mês para estudar em que locais fará o trabalho. "Ainda não sei quantas pontes o governo brasileiro vai bancar. É um trabalho muito grande, uma ponte é muito diferente da outra."
Antes do estudo, Peticov já sabe que vai trabalhar com a "intensidade da luz", "diferenças cromáticas" e "intermitência". "Elas [as luzes] vão se acender e se apagar e ocuparão alguns quilômetros da cidade. Quem está em cima de uma ponte vai curtir. E quem passar em baixo das pontes, também", diz o artista, que pretende "atingir" três públicos: o que chega de avião, o que passa pelo Sena de barco e o que anda ou dirige pelas pontes que cortam o rio.
A instalação de Peticov em Paris deve ficar pronta em setembro. "Quero fazer o trabalho depois do verão, quando os dias são mais curtos. As pessoas vão poder ver a instalação por mais tempo."

Contemporâneos na França
Além de Peticov, pelo menos outros 20 artistas brasileiros contemporâneos tiveram sua presença confirmada com destaque em exposições individuais e coletivas no Ano do Brasil na França. Lygia Clark e Iberê Camargo são os primeiros a abrir exposições, em março, no Museu de Belas Artes de Nantes e de Bordeaux, respectivamente. De maio a outubro, Frans Krajcberg expõe no parque de Bagatelle, em Paris.
Artur Barrio ocupará dois espaços, ainda sem data definida. Lygia Pape terá exposição individual em junho. Mostras de Rosangela Rennó e Carmela Gross também estão confirmadas.
Entre os artistas novos, estão Eduardo Srur e Marcelo Cidade em mostras distintas -Srur expõe com outros jovens em Bourgogne Lorraine, e Cidade, com Jac Leirner e Rubens Mano, no Grand Café, em Saint Nazaire.
Também entram na programação francesa mostras de fotografia, com destaque para nomes como Miguel Rio Branco, Lucas Bambozzi e Eder Santos e Marc Ferrez, além de fotógrafos clássicos do século 19, Pierre Verger e Sebastião Salgado.
A arte patrimonial brasileira será representada por obras indígenas e barrocas, pela coleção de imagens de Sant'Anna de Ângela Gutierrez e por trabalhos de artistas como Victor Brecheret, Antônio Bandeira, Cícero Dias e Tarsila do Amaral, entre outros.
A arquitetura brasileira terá pelo menos 11 exposições. As já definidas mostrarão o projeto de Le Corbusier para o Rio de Janeiro (1928-1936), a obra de Lina Bo Bardi, de Burle Marx e de Sergio Cesar, além do projeto de Brasília.
O Ano do Brasil na França terá ainda programação de música, dança, teatro, cinema e audiovisual, além de palestras e debates sobre temas brasileiros. A aprovação final dos projetos deve acontecer em duas semanas, nos dias 20 e 21 deste mês, quando acontece a última reunião do Comitê Misto do evento. Até agora, a primeira atividade do calendário do festival é uma homenagem à música brasileira, em Cannes. Apesar dessa programação, o festival começa oficialmente apenas no dia 20 de março, com abertura no Grand Palais de Paris.
A lista completa de artistas confirmados para a temporada cultural brasileira na França está no site do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br).


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