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VISUAIS
Artista está na lista de nomes definidos para o Ano do Brasil na França
Peticov levará mais luz a Paris
ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
O artista plástico Antonio Peticov vai usar o Brasil para iluminar
Paris. Convidado pelo Ministério
da Cultura para participar da
"Saison Culturelle" (temporada
cultural) francesa em homenagem ao país, Peticov planeja fazer
uma megainstalação com luz e
cor em pontes que atravessam o
rio Sena.
"Quero fazer algo que lembre o
Brasil, sem ser brega", afirmou o
artista que vai à França neste mês
para estudar em que locais fará o
trabalho. "Ainda não sei quantas
pontes o governo brasileiro vai
bancar. É um trabalho muito
grande, uma ponte é muito diferente da outra."
Antes do estudo, Peticov já sabe
que vai trabalhar com a "intensidade da luz", "diferenças cromáticas" e "intermitência". "Elas [as
luzes] vão se acender e se apagar e
ocuparão alguns quilômetros da
cidade. Quem está em cima de
uma ponte vai curtir. E quem passar em baixo das pontes, também", diz o artista, que pretende
"atingir" três públicos: o que chega de avião, o que passa pelo Sena
de barco e o que anda ou dirige
pelas pontes que cortam o rio.
A instalação de Peticov em Paris
deve ficar pronta em setembro.
"Quero fazer o trabalho depois do
verão, quando os dias são mais
curtos. As pessoas vão poder ver a
instalação por mais tempo."
Contemporâneos na França
Além de Peticov, pelo menos
outros 20 artistas brasileiros contemporâneos tiveram sua presença confirmada com destaque em
exposições individuais e coletivas
no Ano do Brasil na França. Lygia
Clark e Iberê Camargo são os primeiros a abrir exposições, em
março, no Museu de Belas Artes
de Nantes e de Bordeaux, respectivamente. De maio a outubro,
Frans Krajcberg expõe no parque
de Bagatelle, em Paris.
Artur Barrio ocupará dois espaços, ainda sem data definida.
Lygia Pape terá exposição individual em junho. Mostras de Rosangela Rennó e Carmela Gross
também estão confirmadas.
Entre os artistas novos, estão
Eduardo Srur e Marcelo Cidade
em mostras distintas -Srur expõe com outros jovens em Bourgogne Lorraine, e Cidade, com Jac
Leirner e Rubens Mano, no
Grand Café, em Saint Nazaire.
Também entram na programação francesa mostras de fotografia, com destaque para nomes como Miguel Rio Branco, Lucas
Bambozzi e Eder Santos e Marc
Ferrez, além de fotógrafos clássicos do século 19, Pierre Verger e
Sebastião Salgado.
A arte patrimonial brasileira será representada por obras indígenas e barrocas, pela coleção de
imagens de Sant'Anna de Ângela
Gutierrez e por trabalhos de artistas como Victor Brecheret, Antônio Bandeira, Cícero Dias e Tarsila do Amaral, entre outros.
A arquitetura brasileira terá pelo menos 11 exposições. As já definidas mostrarão o projeto de Le
Corbusier para o Rio de Janeiro
(1928-1936), a obra de Lina Bo
Bardi, de Burle Marx e de Sergio
Cesar, além do projeto de Brasília.
O Ano do Brasil na França terá
ainda programação de música,
dança, teatro, cinema e audiovisual, além de palestras e debates
sobre temas brasileiros. A aprovação final dos projetos deve acontecer em duas semanas, nos dias
20 e 21 deste mês, quando acontece a última reunião do Comitê
Misto do evento. Até agora, a primeira atividade do calendário do
festival é uma homenagem à música brasileira, em Cannes. Apesar
dessa programação, o festival começa oficialmente apenas no dia
20 de março, com abertura no
Grand Palais de Paris.
A lista completa de artistas confirmados para a temporada cultural brasileira na França está no site
do Ministério da Cultura
(www.cultura.gov.br).
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