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SAIBA MAIS
Voz precisa de soprano "choca" público e crítica
DA REPORTAGEM LOCAL
Não faz tanto tempo. Foi
na temporada de 1988 da
ópera de Houston. Christoph Eschenbach regia uma
produção de "As Bodas de
Fígaro", de Mozart. Eis que
uma estreante nascida no interior de Nova York passa a
roubar a cena. Sua voz precisa e "cremosa" de soprano
lírica foi um lindo choque
para o público e a crítica.
Assim nasceu Renée Fleming, 46. Ela estrearia em seguida no Met. E faria -o
que não é tão comum entre
as artistas líricas americanas- uma brilhante carreira na Europa.
Sua reputação entre as artistas de sua geração talvez se
equipare apenas à da romena Angela Gheorghiu. Ambas freqüentam mais ou menos o mesmo repertório.
A Decca foi cuidadosa nas
gravações que lhe encomendou, com Mozart e Richard
Strauss e um pouco do repertório italiano, aquele para os quais sua voz uniforme
e delicada se adapta melhor.
Mas sem crossover ou demagogia comercial. Há pouco mais de dois anos o Met
correu riscos ao encenar "Il
Pirata", de Bellini (1827), até
então inédito em seu palco.
Fleming é dona de um timbre, de um legato ou de um
fraseado claríssimo nos extremos graves ou agudos.
Alguns puristas acreditam
que é dela a melhor interpretação entre as 24 disponíveis
no mercado de "As Quatro
Últimas Canções", de Richard Strauss. O que não seria pouca coisa.
(JBN)
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