São Paulo, quinta-feira, 06 de janeiro de 2005

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Voz precisa de soprano "choca" público e crítica

DA REPORTAGEM LOCAL

Não faz tanto tempo. Foi na temporada de 1988 da ópera de Houston. Christoph Eschenbach regia uma produção de "As Bodas de Fígaro", de Mozart. Eis que uma estreante nascida no interior de Nova York passa a roubar a cena. Sua voz precisa e "cremosa" de soprano lírica foi um lindo choque para o público e a crítica.
Assim nasceu Renée Fleming, 46. Ela estrearia em seguida no Met. E faria -o que não é tão comum entre as artistas líricas americanas- uma brilhante carreira na Europa.
Sua reputação entre as artistas de sua geração talvez se equipare apenas à da romena Angela Gheorghiu. Ambas freqüentam mais ou menos o mesmo repertório.
A Decca foi cuidadosa nas gravações que lhe encomendou, com Mozart e Richard Strauss e um pouco do repertório italiano, aquele para os quais sua voz uniforme e delicada se adapta melhor. Mas sem crossover ou demagogia comercial. Há pouco mais de dois anos o Met correu riscos ao encenar "Il Pirata", de Bellini (1827), até então inédito em seu palco.
Fleming é dona de um timbre, de um legato ou de um fraseado claríssimo nos extremos graves ou agudos. Alguns puristas acreditam que é dela a melhor interpretação entre as 24 disponíveis no mercado de "As Quatro Últimas Canções", de Richard Strauss. O que não seria pouca coisa. (JBN)


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