São Paulo, domingo, 06 de janeiro de 2008

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BIA ABRAMO

Temor e expectativa cercam "BBB 8'


O programa terá mais chances de ser bem- sucedido se conseguir levar à TV o clima da web

MAIS UM. É o oitavo. Da próxima terça-feira até o final de março, o horário dito nobre da TV estará inundado dos três "B's". Alguém aí está animado?

A pergunta é retórica, é claro. A "animação", desta vez, começou já faz um tempo, com a criação de uma comunidade "BBB" na internet, onde os dotes (ou a falta deles) de centenas de pessoas vêm sendo sistematicamente expostos -e categorizados. "Que delícia", "mala", "apelou" e mais nove categorias desse tipo resumem o julgamento para a cara-de-pau e o narcisismo dos aspirantes a participar do programa.
A seleção final, dizem, está nas mãos da produção, mas o site já é um excelente termômetro da popularidade de certos comportamentos esperados no programa. Num ranking rápido, o exibicionismo beirando a pornografia, a "alegria" e a capacidade de passar ridículo estão no topo da lista.
A agitação em torno do site também é uma medida esperta para tentar garantir os níveis de audiência. A sétima edição demorou a decolar, embora em seu terço final tenha finalmente "pegado" e criado fenômenos de unanimidade, como aquele que acabou se formando em torno do vencedor do programa.
Logo em seguida, muito mais cedo do que se esperava, a carreira televisiva do vencedor deu com os burros n'água, e provavelmente o temor de que o programa tivesse se esgotado se instaurou. Temor justificadíssimo, é claro.
Desde 2002 no ar, o reality show já deixou de ser novidade faz tempo, e as modalidades possíveis de tensões e conflitos já foram quase todas experimentadas. O programa já tem memória e história, assim também o que havia de realidade sucumbiu ao show.
O programa terá mais chances de ser bem-sucedido se conseguir levar para a TV a atmosfera da comunidade formada na internet. O problema é que, na rede, o clima é muito mais aberto, livre e participativo -características difíceis de serem transpostas, de fato, para a TV. A TV ainda quer controle de resultados -e nas redes sociais criadas na internet é justamente isso o que não há.

 

Além da estréia do "Big Brother Brasil 8", pouca coisa vai acontecer na TV aberta até o Carnaval, que chega muito cedo neste ano. As novelas entram naquele estado de enrolação até o final de janeiro, e a Globo só vai estrear a tradicional minissérie de verão -"Queridos Amigos", de Maria Adelaide Amaral- em fevereiro. A melhor coisa a fazer nas férias continua sendo desligar a TV.

biabramo.tv@uol.com.br


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