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BIA ABRAMO
Temor e expectativa cercam "BBB 8'
O programa terá mais
chances de ser bem- sucedido se conseguir levar à TV o clima da web
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MAIS UM. É o oitavo. Da próxima terça-feira até o final
de março, o horário dito
nobre da TV estará inundado dos
três "B's". Alguém aí está animado?
A pergunta é retórica, é claro. A
"animação", desta vez, começou já
faz um tempo, com a criação de uma
comunidade "BBB" na internet, onde os dotes (ou a falta deles) de centenas de pessoas vêm sendo sistematicamente expostos -e categorizados. "Que delícia", "mala", "apelou" e mais nove categorias desse tipo resumem o julgamento para a cara-de-pau e o narcisismo dos aspirantes a participar do programa.
A seleção final, dizem, está nas
mãos da produção, mas o site já é um
excelente termômetro da popularidade de certos comportamentos esperados no programa.
Num ranking rápido, o exibicionismo beirando a pornografia, a
"alegria" e a capacidade de passar ridículo estão no topo da lista.
A agitação em torno do site também é uma medida esperta para tentar garantir os níveis de audiência. A
sétima edição demorou a decolar,
embora em seu terço final tenha finalmente "pegado" e criado fenômenos de unanimidade, como aquele que acabou se formando em torno
do vencedor do programa.
Logo em seguida, muito mais cedo
do que se esperava, a carreira televisiva do vencedor deu com os burros
n'água, e provavelmente o temor de
que o programa tivesse se esgotado
se instaurou.
Temor justificadíssimo, é claro.
Desde 2002 no ar, o reality show já
deixou de ser novidade faz tempo, e
as modalidades possíveis de tensões
e conflitos já foram quase todas experimentadas.
O programa já tem memória e história, assim também o que havia de
realidade sucumbiu ao show.
O programa terá mais chances de
ser bem-sucedido se conseguir levar
para a TV a atmosfera da comunidade formada na internet. O problema
é que, na rede, o clima é muito mais
aberto, livre e participativo -características difíceis de serem transpostas, de fato, para a TV. A TV ainda quer controle de resultados -e nas
redes sociais criadas na internet é
justamente isso o que não há.
Além da estréia do "Big Brother Brasil 8", pouca coisa vai acontecer na
TV aberta até o Carnaval, que chega
muito cedo neste ano. As novelas entram naquele estado de enrolação
até o final de janeiro, e a Globo só vai
estrear a tradicional minissérie de
verão -"Queridos Amigos", de Maria Adelaide Amaral- em fevereiro.
A melhor coisa a fazer nas férias continua sendo desligar a TV.
biabramo.tv@uol.com.br
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