São Paulo, sexta, 6 de fevereiro de 1998

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Bósnios muçulmanos são maioria na cidade

do enviado especial

A fragilidade que manteve a "Grande Sérvia" unida sob o nome de Iugoslávia durante cerca de 70 anos, a partir do final da 1ª Guerra, em 1918, começou a se evidenciar com a morte do marechal Tito, em 1980, que governou o país por 35 anos, e se intensificou com o colapso do regime comunista, no final dos anos 80.
Três etnias prevaleciam no país então. Os sérvios dominavam a política e o exército. Eram maioria na Sérvia e em Montenegro e minorias na Croácia e Bósnia-Herzegóvina. Cristãos ortodoxos, estavam mais próximos da Rússia.
Os croatas -católicos romanos- estavam mais alinhados com o oeste devido à proximidade geográfica e à frequência de turistas na costa Adriática.
Grande parte dos muçulmanos vivia em cidades etnicamente muito variadas da Bósnia-Herzegóvina, como Sarajevo, onde é maioria.
Em 25 de junho de 1991, Croácia e Eslovênia declararam independência. A Sérvia esboçou uma reação, mas não tinha maioria nas regiões. Dois dias depois, começaram as hostilidades entre croatas e sérvios na Bósnia.
No final do mesmo ano, em 21 de dezembro, os sérvios da Bósnia-Herzegóvina realizaram referendo contra a separação da região da Iugoslávia.
Em 3 de março de 1992, muçulmanos e croatas da Bósnia-Herzegóvina votaram pela independência em referendo boicotado pelos sérvios. Em 6 de abril, estourou a guerra entre as forças do governo bósnio e sérvios da região, que se posicionaram nas montanhas que circundam a cidade.
Em 5 de fevereiro, um morteiro explodiu no mercado central, matou 68 pessoas e deixou 197 feridos no mais sangrento ataque à cidade. O cerco deixou um saldo de mais de 10 mil mortos na cidade, sendo que 1,6 mil crianças. O cerco terminou com a assinatura do acordo de paz de Dayton (Ohio, EUA), em 21 de novembro de 1995. A população de Sarajevo passou de 526 mil para 380 mil.





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