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Tolerância marca a cidade
do enviado especial
Capital da Bósnia-Herzegóvina,
Sarajevo sempre se caracterizou
como um importante ponto de encontro de várias culturas, servindo
de passagem para as caravanas de
mercadores provenientes da Grécia e da Ásia Menor em direção à
Europa e vice-versa.
Seus primeiros habitantes foram
os ilíricos (habitantes da Ilíria, antiga região montanhosa da costa
norte do Adriático). Os romanos
conquistaram a região no século 9
a.C., sendo sucedidos por gregos,
bizantinos e turcos otomanos.
Foram estes últimos, a partir da
metade do século 15, que fundaram, às margens do rio Miljacka, a
cidade de Saraj-ovasi (saraj significa castelo ou palácio e ovas, campo), nome que, adaptado à pronúncia eslava, tornou-se Sarajevo.
Uma das principais características do império otomano foi a tolerância religiosa, que possibilitou a
convivência entre muçulmanos e
católicos, ortodoxos e sefarditas
(judeus expulsos da península Ibérica em 1492).
Curiosamente, Sarajevo é uma
das raras cidades em que os judeus
não precisaram se isolar em guetos e puderam estabelecer sua comunidade livremente. O domínio
muçulmano enriqueceu a cidade
com mesquitas, escolas, centros
de estudo e hospedarias.
A ocupação da Bósnia pelo império austro-húngaro, em 1878,
deu a Sarajevo novos impulsos
econômicos, cultural e político,
mas essa efervescência só durou
até 28 de junho de 1914, quando
Gavrilo Princip, um nacionalista
sérvio, assassinou o arquiduque
Franz Ferdinando, herdeiro do
império, e sua mulher Sofia.
O crime deu início à 1ª Guerra
Mundial, que terminou com a realização do sonho de Princip: a
criação da "Grande Sérvia", a Iugoslávia, país que reuniu até 1991
as repúblicas da Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegóvina, Sérvia,
Montenegro e Macedônia e as regiões autônomas de Kossovo e
Vojvodina.
(CF)
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