São Paulo, sexta, 6 de fevereiro de 1998

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NÃO É BEM ASSIM
Prato quente para o verão

especial para a Folha

Parece tão óbvio, mas na verdade é muito intrigante pensar a sério no que seja a comida ideal para o verão. Se é sorvete, então por que ele é consumido às toneladas no rigoroso inverno americano e europeu (e nasceu nesses países, não nos trópicos)? Se são peixes leves e comidas frias, então por que essa é a dieta típica nos gelados países nórdicos, e não na Bahia?
O pior é que o inverso é igualmente verdadeiro: as quentes, tórridas pimentas, que parecem comida de inverno, na verdade são típicas da Bahia e do Caribe. E feijoada é prato típico do Brasil, não da Finlândia...
A natureza é mais complexa que o senso comum, embora nem por isso menos lógica.
Bebidas e comidas geladas, ingeridas no calor, provocam contrastes térmicos e certo desconforto. Já pimentas abrasantes fazem suar e regulam termicamente o corpo, "expelem" o quente e diminuem a sensação de calor. Como banho frio no verão: é bom durante, mas depois aumenta a sensação de calor.
Comidas quentes talvez não devam ser tão malditas no verão. Driblando as muito gordurosas, podem trazer um surpreendente alívio. Duro é ter coragem para experimentar. (JM)



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