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EM PRODUÇÃO
Kaige e Li assassinam monarca no século 12
das agências internacionais
O diretor chinês Chen Kaige e a
atriz Gong Li estão juntos em "O
Assassino", co-produção entre
China, Japão, França e EUA.
No novo filme, Kaige, 46, volta
suas atenções para o período dos
Estados Guerreiros, antes da primeira unificação da China, no século 12.
"O Assassino", resultado de
uma pesquisa de oito anos, descreve a história de um assassino
profissional que tem por objetivo
matar o monarca Ying Zheng, responsável pela unificação, a mando
de Zhao, uma das concubinas de
Zheng, interpretada por Gong Li.
Zhao teme o destino de sua pátria nas mãos do amante e recorre
aos serviços de Jin Ke (Zhang
Fengyi), um homicida condenado
à morte salvo pela concubina.
A partir daí, o filme, rodado em
vários lugares da China, retrata o
descobrimento, por parte do monarca, da infidelidade conjugal da
mãe e das traições de seus aliados.
Antes musa de Zhang Yimou
("Lanternas Vermelhas"), diretor
que -juntamente com Kaige e
Tian Zhuangzhuang ("O Sonho
Azul")- está entre os mais
bem-sucedidos do cinema chinês
atual e com quem a atriz foi casada, Li é agora a protagonista feminina de um enredo permeado de
crimes e conspirações, em que a
ficção procura tornar mais agradável a reconstrução histórica.
"Não quis mudar os rumos da
história", afirmou Kaige. "Mas
admito que tive que embelezar os
fatos para torná-los mais atraentes
ao público."
Em 1993, Chen Kaige venceu a
Palma de Ouro em Cannes e o Globo de Ouro por "Adeus, Minha
Concubina", narrativa da amizade
ambígua entre dois artistas da
Ópera de Pequim.
"O Assassino", sétimo filme do
diretor, descreve um dos períodos
mais conturbados da história política da China, quando os reinos de
Qi, Yan, Chu, Han, Zhao, Wei e
Qin disputavam o controle da unificação do país, obtida pelos Qin,
liderados por Ying Zheng.
Kaige, como já demonstrou em
filmes anteriores, tem preferência
por personagens de caráter duvidoso e atitudes contraditórias, que
podem terminar se autoflagelando
apenas para confrontar valores sociais imutáveis.
Veto
Seus longas não são considerados apenas entretenimento na
China. "Adeus, Minha Concubina" causou retaliações por retratar
períodos como a Revolução Cultural. Em 91, "A Vida por um
Fio", também de Kaige, teve sua
exibição proibida na China, e
"Temptress Moon", de 97, foi
igualmente vetado pelas autoridades cinematográficas locais.
Em um país em que o sexo não
pode ser levado às telas, a não ser
sob enfoque puramente científico,
o diretor ousou apresentar, em
"...Moon", um drama psicológico
de forte carga erótica, além de inúmeras referências políticas.
Com "O Assassino", Kaige volta
a dirigir Gong Li -garantia de
êxito comercial em suas produções, como "Adeus, Minha Concubina"-, mas opta por um roteiro mais tranquilo, que leva a
narrativa a um passado remoto,
menos conflituoso aos olhos da
censura chinesa.
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