São Paulo, sexta, 6 de fevereiro de 1998

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Paixão pelo teatro movia ator

da Sucursal do Rio

Até morrer, no Rio, em janeiro de 1996, aos 64 anos, em decorrência da Aids, Rubens Corrêa era movido pela paixão de fazer teatro.
Um mês antes, chegou a receber uma transfusão de sangue para poder subir ao palco pela última vez.
Após cinco anos de sucesso de apresentação da peça "Artaud!", dirigida por Ivan de Albuquerque, em que fazia o papel do dramaturgo francês, que morreu louco, o ator Rubens Corrêa queria a todo custo cumprir sua agenda em Recife.
Albuquerque conta que o amigo driblou a vigilância de sua médica e, mesmo enfraquecido, viajou para Recife.
Ao saber da viagem, a médica achou um absurdo, mas, mesmo assim, tomou providências para ele fazer uma transfusão de sangue na capital pernambucana, para ficar mais forte e conseguir encenar a peça.
"Ele já estava muito fraco. Passou a tarde inteira fazendo uma transfusão de sangue e saiu direto para fazer o Artaud", afirma o diretor Ivan de Albuquerque, emocionado com a lembrança do amigo.
Albuquerque conta que o ator só ficou sabendo que tinha o vírus da Aids poucos meses antes de morrer.
Os amigos ficaram surpresos, porque Rubens Corrêa sempre teve um físico forte e não costumava ficar doente.
(RL)


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