São Paulo, sexta, 6 de fevereiro de 1998

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'Rubens era meu duplo', diz diretor

da Sucursal do Rio

Uma relação de amor sem sexo. Assim pode ser definida a amizade que uniu, desde os anos 50, os amantes de teatro Rubens Corrêa e Ivan de Albuquerque. "O Rubens era o meu duplo", define o diretor.
Sócios por quase 30 anos do teatro Ipanema, que foi construído em terreno onde ficava a casa da mãe de Rubens Corrêa, os dois amavam o dramaturgo francês Antonin Artaud (1896-1948) e gostavam "dos mesmos filmes, das mesmas peças".
Há 11 anos, por idéia de Corrêa, decidiram morar juntos em uma mesma e ampla casa, no bairro do Jardim Botânico (zona sul). Dividiam a casa o ator, Albuquerque e sua mulher, a atriz Leyla Ribeiro, e os quatro filhos do casal.
"A minha história com o Rubens foi uma história de amor. Não entrou a parte de sexo, mas foi muito mais profunda que isso. Nós falávamos de teatro dia e noite", afirma Albuquerque.
O diretor conta que o amigo brincava muito que, aquele que morresse primeiro, viraria nome de teatro. Albuquerque não gostava da brincadeira, que achava de mau gosto.
Mas, com a oportunidade de fazer uma ampla reforma e modernização do teatro, decidiu reabri-lo homenageando o amigo. A decisão recebeu o apoio de artistas que ajudaram a construir a história de sucesso do teatro Ipanema.
"Provavelmente (o novo teatro) vai ser iluminado pelo Rubens, que era uma das últimas pessoas que conheci que acreditava visceralmente no teatro. Ele fez teatro até o fim", afirma José Wilker.



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