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'Rubens era meu duplo', diz diretor
da Sucursal do Rio
Uma relação de amor sem sexo.
Assim pode ser definida a amizade
que uniu, desde os anos 50, os
amantes de teatro Rubens Corrêa
e Ivan de Albuquerque. "O Rubens era o meu duplo", define o
diretor.
Sócios por quase 30 anos do teatro Ipanema, que foi construído
em terreno onde ficava a casa da
mãe de Rubens Corrêa, os dois
amavam o dramaturgo francês
Antonin Artaud (1896-1948) e gostavam "dos mesmos filmes, das
mesmas peças".
Há 11 anos, por idéia de Corrêa,
decidiram morar juntos em uma
mesma e ampla casa, no bairro do
Jardim Botânico (zona sul). Dividiam a casa o ator, Albuquerque e
sua mulher, a atriz Leyla Ribeiro, e
os quatro filhos do casal.
"A minha história com o Rubens foi uma história de amor.
Não entrou a parte de sexo, mas
foi muito mais profunda que isso.
Nós falávamos de teatro dia e noite", afirma Albuquerque.
O diretor conta que o amigo
brincava muito que, aquele que
morresse primeiro, viraria nome
de teatro. Albuquerque não gostava da brincadeira, que achava de
mau gosto.
Mas, com a oportunidade de fazer uma ampla reforma e modernização do teatro, decidiu reabri-lo homenageando o amigo. A
decisão recebeu o apoio de artistas
que ajudaram a construir a história de sucesso do teatro Ipanema.
"Provavelmente (o novo teatro)
vai ser iluminado pelo Rubens,
que era uma das últimas pessoas
que conheci que acreditava visceralmente no teatro. Ele fez teatro
até o fim", afirma José Wilker.
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