|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CINEMA
Produção usará imagens documentais e ficcionais
Longa carioca resgata memória de Chacrinha com cenas do Carnaval
IVAN FINOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Começaram anteontem no Rio
de Janeiro as filmagens do longa-metragem "O Velho Guerreiro",
híbrido de ficção com documentário que pretende resgatar a memória de Abelardo Barbosa
(1916-1988), o famoso Chacrinha.
Dirigido por Nelson Hoineff,
com roteiro de Eduardo Giffoni
Flórido e produzido por Jarbas
Barbosa, irmão do apresentador,
as primeiras imagens captadas
para o filme foram do desfile da
Unidos do Jacarezinho, do grupo
B carioca.
Neste ano em que se completam
15 da morte de Chacrinha, a escola de samba homenageou o apresentador com o samba-enredo
"Jacarezinho Roda Roda e Avisa
-°Que Saudades do Velho Guerreiro Chacrinha".
Segundo Jarbas Barbosa, 40%
do filme será composto de imagens de arquivo. "A idéia é transportar o espectador no tempo,
mostrando, por exemplo, a primeira apresentação de Sidney
Magal no Chacrinha cantando a
cigana "Sandra Rosa Madalena" e
de novo agora", diz o produtor.
Na mesma linha, as filmagens
de anteontem vão se contrapor a
duas outras cenas antigas: quando o apresentador foi destaque na
Império Serrano e quando a Beija-Flor lhe prestou homenagem
póstuma, em 1989.
Nas cenas de ficção, Chacrinha
comandará um programa direto
do céu. Quem interpreta o apresentador é Agildo Ribeiro, que
chegou a substituir Chacrinha em
alguns programas na Globo.
A fita contará com participações especiais de Gretchen, Wanderléa e Maria Bethânia, entre outros. Acompanhado de Carlinhos
Brown e sua Timbalada, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, vai
cantar para o filme uma nova versão de sua famosa "Aquele Abraço" (1969), que cita Chacrinha e
alguns de seus bordões na letra:
"Alô, alô, seu Chacrinha/ Velho
guerreiro/ Alô, alô, Terezinha/
Aquele abraço".
O filme, que tem lançamento
previsto para dezembro deste ano
e custo estimado em R$ 2 milhões, deverá ser finalizado entre
julho e agosto.
Jarbas Barbosa é um dos maiores produtores do cinema brasileiro, responsável por 26 filmes ligados ao cinema novo, entre eles
o clássico maior do movimento,
"Deus e o Diabo na Terra do Sol",
de Glauber Rocha.
Aos 75, afastado há décadas do
cinema, Barbosa espera que sua
volta às produções ajude a recuperar a memória do irmão, morto
em 30 de junho de 1988. "O jovem
que tem 17 anos hoje nem conhece mais o Chacrinha", diz ele.
"Gostaria de fazer um trabalho
que possibilite que, daqui a 50
anos, qualquer estudante possa
ter acesso e saber quem foi o comunicador Abelardo Barbosa."
Texto Anterior: Teatro: Curitiba escala comédia para a abertura Próximo Texto: Gastronomia: Receitas do samba à Zicartola Índice
|