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São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2003

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CINEMA

Produção usará imagens documentais e ficcionais

Longa carioca resgata memória de Chacrinha com cenas do Carnaval

IVAN FINOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Começaram anteontem no Rio de Janeiro as filmagens do longa-metragem "O Velho Guerreiro", híbrido de ficção com documentário que pretende resgatar a memória de Abelardo Barbosa (1916-1988), o famoso Chacrinha.
Dirigido por Nelson Hoineff, com roteiro de Eduardo Giffoni Flórido e produzido por Jarbas Barbosa, irmão do apresentador, as primeiras imagens captadas para o filme foram do desfile da Unidos do Jacarezinho, do grupo B carioca.
Neste ano em que se completam 15 da morte de Chacrinha, a escola de samba homenageou o apresentador com o samba-enredo "Jacarezinho Roda Roda e Avisa -°Que Saudades do Velho Guerreiro Chacrinha".
Segundo Jarbas Barbosa, 40% do filme será composto de imagens de arquivo. "A idéia é transportar o espectador no tempo, mostrando, por exemplo, a primeira apresentação de Sidney Magal no Chacrinha cantando a cigana "Sandra Rosa Madalena" e de novo agora", diz o produtor.
Na mesma linha, as filmagens de anteontem vão se contrapor a duas outras cenas antigas: quando o apresentador foi destaque na Império Serrano e quando a Beija-Flor lhe prestou homenagem póstuma, em 1989.
Nas cenas de ficção, Chacrinha comandará um programa direto do céu. Quem interpreta o apresentador é Agildo Ribeiro, que chegou a substituir Chacrinha em alguns programas na Globo.
A fita contará com participações especiais de Gretchen, Wanderléa e Maria Bethânia, entre outros. Acompanhado de Carlinhos Brown e sua Timbalada, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, vai cantar para o filme uma nova versão de sua famosa "Aquele Abraço" (1969), que cita Chacrinha e alguns de seus bordões na letra: "Alô, alô, seu Chacrinha/ Velho guerreiro/ Alô, alô, Terezinha/ Aquele abraço".
O filme, que tem lançamento previsto para dezembro deste ano e custo estimado em R$ 2 milhões, deverá ser finalizado entre julho e agosto.
Jarbas Barbosa é um dos maiores produtores do cinema brasileiro, responsável por 26 filmes ligados ao cinema novo, entre eles o clássico maior do movimento, "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha.
Aos 75, afastado há décadas do cinema, Barbosa espera que sua volta às produções ajude a recuperar a memória do irmão, morto em 30 de junho de 1988. "O jovem que tem 17 anos hoje nem conhece mais o Chacrinha", diz ele.
"Gostaria de fazer um trabalho que possibilite que, daqui a 50 anos, qualquer estudante possa ter acesso e saber quem foi o comunicador Abelardo Barbosa."


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