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Crítica
Filme prende em meio a vacilos e bons momentos
JOSÉ HAMILTON RIBEIRO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Como a história é diferente da música, a gente fica meio perdido no
começo. Quando porém "O
Menino da Porteira" pega ritmo, ele prende, emociona, em
meio a alguns vacilos e a bons
momentos de cinema (cenas de
boiada, casa queimando).
Como se passa em 1954, o filme traz alguma nostalgia: trem
de passageiro (o Brasil já teve!)
e moleque caçando de arapuca
e estilingue. Tendo "menino" já
no título, o diretor teve de lidar
com essa saia-justa, mas, no geral, a criançada não compromete. E até proporciona risadas,
quando, por exemplo, um deles
atiça o ninho de abelhas para
elas caírem em cima dos "inimigos" (dois gordinhos).
O que há de vacilo no filme
(clichês em falas, alguma caricatura) está na periferia da trama. O romance central, entre o
boiadeiro e a filha do vilão, anda mais rápido que namoro de
viúva, mas no fim, ali, ao lado
do túmulo do menino, com o
berrante enrolado na cruz, a
mocinha vê o boiadeiro indo
embora, no melhor estilo do
"herói romântico" (livre e solto) e não faz nada para contê-lo
nem esboça gesto de ir atrás.
A plateia fica na maior torcida. Fotografia e música, nota
dez. Os atores profissionais
(notadamente José de Abreu,
Rosi Campos e Vanessa Giácomo) estão bem. Quanto a Daniel, o boiadeiro, sem tentar parecer um ator treinado, tem
boa cara e passa firmeza, seriedade. Um herói e um filme nos
quais se pode confiar.
JOSÉ HAMILTON RIBEIRO é repórter especial
do programa "Globo Rural".
O MENINO DA PORTEIRA
Produção: Brasil, 2009
Direção: Jeremias Moreira
Com: Daniel, José de Abreu
Onde: estreia hoje nos cinemas Anália
Franco, Bristol e circuito
Classificação: 12 anos
Avaliação: bom
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