São Paulo, sexta-feira, 06 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

Filme prende em meio a vacilos e bons momentos

JOSÉ HAMILTON RIBEIRO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Como a história é diferente da música, a gente fica meio perdido no começo. Quando porém "O Menino da Porteira" pega ritmo, ele prende, emociona, em meio a alguns vacilos e a bons momentos de cinema (cenas de boiada, casa queimando).
Como se passa em 1954, o filme traz alguma nostalgia: trem de passageiro (o Brasil já teve!) e moleque caçando de arapuca e estilingue. Tendo "menino" já no título, o diretor teve de lidar com essa saia-justa, mas, no geral, a criançada não compromete. E até proporciona risadas, quando, por exemplo, um deles atiça o ninho de abelhas para elas caírem em cima dos "inimigos" (dois gordinhos).
O que há de vacilo no filme (clichês em falas, alguma caricatura) está na periferia da trama. O romance central, entre o boiadeiro e a filha do vilão, anda mais rápido que namoro de viúva, mas no fim, ali, ao lado do túmulo do menino, com o berrante enrolado na cruz, a mocinha vê o boiadeiro indo embora, no melhor estilo do "herói romântico" (livre e solto) e não faz nada para contê-lo nem esboça gesto de ir atrás.
A plateia fica na maior torcida. Fotografia e música, nota dez. Os atores profissionais (notadamente José de Abreu, Rosi Campos e Vanessa Giácomo) estão bem. Quanto a Daniel, o boiadeiro, sem tentar parecer um ator treinado, tem boa cara e passa firmeza, seriedade. Um herói e um filme nos quais se pode confiar.
JOSÉ HAMILTON RIBEIRO é repórter especial do programa "Globo Rural".


O MENINO DA PORTEIRA
Produção: Brasil, 2009
Direção: Jeremias Moreira
Com: Daniel, José de Abreu
Onde: estreia hoje nos cinemas Anália Franco, Bristol e circuito
Classificação: 12 anos
Avaliação: bom




Texto Anterior: Produtor compara o filme a "2001"
Próximo Texto: Teatro "indie" do Rio mostra vigor
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.