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Coleção Folha foca crenças religiosas
Volume deste domingo reúne fotógrafos que têm a fé como grande tema de seus trabalhos
Imagens do iraniano Abbas,
do checo Josef Koudelka, do
americano Steve McCurry e
do polonês David Seymour
estão no sexto livro da série
DA REPORTAGEM LOCAL
"Religiões", o sexto livro da
Coleção Folha Grandes Fotógrafos, que será lançado no próximo domingo, foca a diversidade de crenças religiosas, a fé
na transcendência e na existência de outras dimensões além
da vida terrena.
O volume traz 22 obras de
quatro fotógrafos documentaristas para os quais a fé é um
dos principais eixos de pesquisa em seus projetos pessoais.
Três deles são contemporâneos
e seguem em atividade: o iraniano Abbas, o checo Josef
Koudelka e o norte-americano
Steve McCurry. Também participa o polonês David Seymour,
um dos co-fundadores da agência Magnum, que morreu em
1956, aos 45 anos, enquanto cobria a Guerra de Suez.
Após buscar algumas definições para explicar o que é religião, o texto de apresentação do
livro finaliza lembrando, de
forma oportuna, a frase do economista Karl Marx: "A religião
é o ópio do povo" -o que virou
um emblema um tanto quanto
reducionista fartamente utilizado por ideologias laicas. O autor, porém, afirmou no mesmo
parágrafo que religião também
"é o suspiro da criatura oprimida, a consciência de um mundo
sem coração, assim como ela
própria é o espírito de uma situação sem espírito".
Essa busca da transcendência, desse espírito superior que
serve de refúgio dos temores,
ao mesmo tempo em que dá um
sentindo mais amplo à existência, surge de forma enfática logo na abertura do livro com a
imagem de Koudelka. Realizada em 1974, ela traz três homens visivelmente cansados e
ajoelhados que seguram suas
bengalas após peregrinarem
até o monte sagrado de Croagh
Patrick, na Irlanda, para venerar São Patrício, gesto que se
repete desde o século um.
Representar metaforicamente a emanação do sobrenatural entre os homens em seus
rituais religiosos sempre foi
uma tentação que moveu os fotógrafos ao longo da história.
Em "Religiões", fachos de luz
com focos precisos parecem fazer uma ligação direta entre o
céu e a terra, independentemente do credo em questão, como na imagem de Abbas, em
que um fiel tem a cabeça iluminada ao rezar na mesquita de
Al-Azhar, no Cairo, editada ao
lado da fotografia, com o mesmo conceito, realizada por Seymour na basílica de São Pedro,
no Vaticano.
Indo além do leque das três
grandes religiões monoteístas,
o livro encerra com cinco belas
imagens coloridas de McCurry
sobre o hinduísmo e o budismo,
realizadas na Ásia.
Em uma delas o fotógrafo
norte-americano, conhecido
por suas reportagens para a
"National Geographic", realiza
uma tomada frontal do templo
budista de Angkor Wat, no
Camboja, uma monumental
construção do século 12. Dois
monges com suas vestes alaranjadas, fotografados ao longe, são os únicos pontos coloridos na imensidão cinzenta do
templo. O homem e sua fé surgem como um pequeno ponto
luminoso na paisagem árida
da terra.
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