São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2000


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RELÂMPAGOS
Altar lateral

JOÃO GILBERTO NOLL

Era ali que eu ia descansar. Via o santo das chagas. O cachorro a lhe lamber a perna. Pupilas reviradas para o alto. Expressão, aliás, digna de aluviões cósmicos, nada repousante. Percebi que um cachorro me seguia. Chamei-lhe a atenção para o bicho ali de cima -um santo, de tão familiarizado com a imobilidade do retábulo. Me apatetei um segundo, meio à espera das núpcias do vira-lata resfolegante com os céus. Seria bom se ele me seguisse por um tempo. Ainda mais agora que eu ia tentar a vida em outros pagos. O animal latiu. "Que quê há?", perguntei. E tossi.


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