DA ENVIADA A ANTOFAGASTA

A modelo e atriz ucraniana Olga Kurylenko quis manter o mistério de sua personagem Camille, sem dizer se ela é uma agente ou não, mas revelou um pouco de seu caráter. "Comparada com as bond girls anteriores, ela é bem mais durona, calculista, não é um acessório com o qual os homens andam por aí", descreve, lembrando o estigma de mulher-objeto das outras tramas. "Com certeza não está procurando proteção."
O produtor Michael G. Wilson diz que, para formar um par com um Bond destruído emocionalmente, "tínhamos de ter uma mulher que também não pudesse se envolver". A atriz vê sua personagem como um espelho de Bond. "Ela é como um soldado. Tem uma missão própria a cumprir."
Camille é uma boliviana que usa sua beleza para conseguir vingança pela morte de seus pais por um general. "Tive de aprender o sotaque latino e fazer bronzeamento por dois meses para parecer boliviana. Acho que funcionou."
"Cassino Royale" foi bem pudico, não exibindo nenhuma cena mais ardente para justificar a fama de ótimo amante de Bond. Veremos mais cenas de sexo? "Não sei, não consegui parar para contar", brinca.

Cheia de medo
Ajudada por uma dublê mexicana, Kurylenko tem tentado fazer a maioria das cenas de ação, embora cheia de medo. "Toda vez que começo a gravar, digo que não vai dar para fazer. Mas aí começa o ensaio, me explicam como me posicionar e faço. Tudo o que disse que não ia conseguir acabei na verdade fazendo. Superei todas as expectativas e meus temores."
Para ela, ser uma bond girl requer sobretudo coragem. Numa cena rodada no deserto do Atacama, por exemplo, ela se joga de uma sacada e dá uma pirueta, presa por fios de segurança. "Isso porque tenho pânico de altura", conta. "Houve também uma cena no Panamá em que os dublês saíam voando do barco, era assustador. Se até o dublê está sendo arremessado, é melhor segurar firme."


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