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Crítica
Filme da Globo é como trair a mulher com sósia
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Sexo, Amor e Traição"
(TC Light, 1h30, 12 anos) foi,
em 2004, uma espécie de precursor bem-sucedido do que
acabou se tornando uma "escola de sucessos" brasileira.
Trata-se de fazer mais ou
menos aquilo que os programas da Rede Globo apresentam, mas de um modo que esses programas, dada a própria
natureza do meio televisivo,
não podem produzir.
"Sexo, Amor e Traição" é, assim, mais que um título, uma
espécie de programa estético
que, com ligeiras variações, viria a se reproduzir nos anos seguintes em êxitos como "Divã".
Temos aqui alguns temas
tradicionais da comédia de costumes: mulheres insatisfeitas
com os maridos, maridos em
busca de outros amores e tal.
Esses assuntos são tratados
com "bom gosto", isto é, evitando excessos de todo o tipo,
buscando apoio no elenco da
Globo e fazendo do cinema
brasileiro uma extensão da tela
do televisor.
Ou seja, o cara sai de casa
porque quer encontrar o que
tem em casa: mais ou menos o
mesmo que propõe a ficção
deste filme.
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