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CDS
POP
"Anniemal", disco de estréia da cantora, é festejado por críticos e DJs
Norueguesa Annie procura e encontra a batida perfeita
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
A procura pelo pop perfeito,
aqueles três minutos em que uma
canção com melodia que insiste
em não deixar a cabeça torna-se
contagiosa como um vírus, pode
dar-se por encerrada. Porque está
tudo lá, em "Anniemal".
"Anniemal" é o disco de estréia
de Annie, uma norueguesa de 25
anos, e é tão perigosamente pegajoso que vitimou várias das mais
díspares publicações européias e
está fazendo estrago nos EUA.
Mas o Brasil pode ficar fora dessa.
É que "Anniemal" foi lançado
na Europa -primeiro na Noruega; no mês passado, no resto do
continente-, pela Warner, e será
colocado nas lojas dos EUA em
junho, mas a Warner brasileira
diz não ter planos -ainda- de
lançar o disco por aqui.
Enquanto isso, dá para ouvir
parte do disco no site de Annie
(www.anniemusic.co.uk), ou nos
sets de DJs como Erol Alkan,
Mylo, Tiga e The Glimmers. Porque "Anniemal", além de puro
pop, é dance também.
Na Europa, Inglaterra em particular, em pouco mais de dois meses, Annie já arrancou elogios tanto de jornais sérios, como o "Independent" e o "Guardian", quanto
dos tablóide "The Sun" e "Daily
Mirror"; foi festejado tanto pela
musical "Uncut" quanto pela
masculina "Arena"; apareceu no
novidadeiro "New Musical Express" e no guia "Time Out".
Nos EUA, a espera pelo disco
rende. Um show promovido pela
"Vice" -revista/gravadora que
lançará "Anniemal" no país-
para 300 pessoas, em Nova York,
foi assistido por 450, e, segundo a
polícia da cidade, 4.000 ficaram
do lado de fora...
Outra publicação, a "Vanity
Fair", levou Annie para o zoológico de Nova York para uma sessão
de fotos; ela foi capa da revista
"Paper" e deu entrevistas para a
"Spin" e para a "Blender". Em junho, quando o disco sair nos
EUA, Annie será a garota da hora.
"Tudo isso está sendo bem estranho. Trabalhei neste álbum
por uns dois anos. Foi lançado
primeiro na Noruega e as críticas
foram muito boas, então estava
ansiosa para saber como seria a
reação das pessoas na Inglaterra.
Quando começaram a sair as primeiras críticas, fiquei realmente
surpresa", disse à Folha, por telefone, da norueguesa Bergen.
Comparada às ultrapops Madonna e Kylie Minogue e ao ultraindie St. Ettiene, Annie sempre
viveu em Bergen (cidade de onde
saíram também os esquisitos
Royksopp e os inclassificáveis
Kings of Convenience) e lá fazia
parte de uma banda de rock, a
Suitcase. Saiu quando os amigos
começaram a trilhar o caminho
do trip hop. Passou a comandar
uma noite num clube da cidade.
De tudo isso vêm os ingredientes
que fazem de "Anniemal" um álbum que pega pelo coração tanto
garotos indies como clubbers.
"Sempre penso se uma canção,
uma batida, uma linha de baixo,
ficará boa numa pista. A intenção
não era fazer um álbum dance.
Queria um CD que soasse bem ao
ser ouvido em casa ou no carro.
Discos feitos para serem ouvidos
em apenas uma circunstância são
chatos", afirma.
Tanto faz se ouvidas na pista, no
carro ou em casa, músicas como
"Chewing Gum" e "Heartbeat"
sempre fazem todo o sentido. A
primeira foi produzida pelo inglês
Richard X e já até ganhou um remix do escocês Mylo. A segunda
saiu das mãos do Royksopp, reclusa dupla que já havia recusado
trabalho com gente como Britney
Spears e Pet Shop Boys.
"Heartbeat", canção que fala
dos momentos perfeitos de uma
festa e da iminência de um primeiro encontro amoroso, foi considerada pelo Pitchfork
(www.pitchforkmedia.com), site
atuante quando o assunto são artistas de rock e pop, a melhor música de 2004. Sim, a melhor música de 2004, à frente de, entre outros, Franz Ferdinand, LCD
Soundsystem e Belle & Sebastian.
"Não vejo "Anniemal" apenas
como um álbum pop, pois peguei
inspirações da disco dos anos 70,
como Larry Levan, e de rock indie
e experimental. Além disso, escrevi todas as canções, participei ativamente da produção do disco.
Isso é uma diferença grande em
relação a outras cantoras pop."
"Greatest Hit", que traz sampler
de "Everybody", de Madonna, e
"Me Plus One", são outras gemas.
"Always Too Late" é tão dançante
quanto Missy Elliott. "Anniemal"
é tesouro que já está sendo amealhado pelo mundo. Falta o Brasil.
Anniemal
Artista: Annie
Lançamento: importado
Quanto: R$ 55, em média
Onde encontrar/encomendar:
www.amazon.com;
www.velvetcds.com.br
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