São Paulo, sexta-feira, 06 de maio de 2005

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NAS LOJAS

Pop
JUNIO BARRETO
    
JUNIO BARRETO

Lenine, Maria Rita e Gal Costa já descobriram -as duas incluíram músicas dele em seus próximos trabalhos. Agora, o CD de estréia do cantor e compositor pernambucano, que saiu de forma independente em setembro de 2004, é relançado pela Tratore. O disco faz mistura equilibrada de MPB e eletrônica e passa também pelas raízes do moço, o mangue beat, que Junio acompanhou em sua gênese. Não é só: ele traz com ele a melhor geração de músicos paulistas. Fazem parte da sua banda Simone Soul, Marcelo Monteiro e Gustavo Ruiz (ambos DonaZica) e Dudu Tsuda (Jumbo Elektro).

POR QUE OUVIR: A poesia de Junio em breve chegará ao cinema; "Amigos Bons" está no novo filme de Lirio Ferreira, "Árido Movie". (TEREZA NOVAES)

GRAVADORA: independente/Tratore. QUANTO: R$ 22, em média.

Folk OLD FRIENDS LIVE ON STAGE    
SIMON & GARFUNKEL

O déjà vu é inevitável e causa antipatia a princípio. Afinal de contas, Paul Simon e Art Garfunkel em um disco ao vivo já eram um clássico de 1982, quando se registrou um concerto no Central Park. Este "Old Friends", gravado 22 anos depois, cheira a produto -tem a indefectível faixa inédita desse tipo de empreitada, "Citizen of the Planet"-, mas é um bom produto. As vozes ainda casam perfeitamente, e o sentimento agridoce do violão de Simon em músicas como "Scarborough Fair" e "America" não é exatamente dispensável.

POR QUE OUVIR: Se o "Concert in Central Park" não estiver à mão, este CD duplo pode quebrar um belo galho. A mamãe cinqüentona tem tudo para curtir neste domingo. (MÁRVIO DOS ANJOS)

GRAVADORA: Warner. QUANTO: R$ 50, em média.

Samba
ESQUEMA NOVO
 
EXALTASAMBA

Assim como o Revelação, o Exaltasamba leva uma vantagem sobre a maioria dos grupos de pagode: tem um bom cantor, Péricles (dividindo os vocais com Thiaguinho). Há também um capricho nos arranjos, entregues a profissionais experientes como Jota Moraes e Prateado. Mas não há milagre que salve a combinação entre melodias gosmentas e letras pífias. Além de coisas paupérrimas como "Vinhos e Lingeries", há uma versão constrangedora de "Comida".

POR QUE OUVIR: Com alguma complacência, dá para gostar dos sambas de fato que abrem ("Inconformado") e fecham ("Não Tô Agüentando"/ "Jeito Boêmio") o CD. (LFV)

GRAVADORA: EMI. QUANTO: R$ 18, em média.

Pop/Eletrônica ADAPT OR DYE - TEN YEARS OF REMIXES    
EVERYTHING BUT THE GIRL

A intenção sempre foi uma fusão entre o pop e a eletrônica, mas, tímida e sem sal, a música de Tracey Thorn e Ben Watt, que formam o EBTG, sempre foi tão desafiadora quanto a trilha sonora de uma cafeteria num sábado de manhã. Nas mãos de gente como Kenny Dope, Fabio e King Britt, a dupla e suas canções ganham corpo. Mexidas por gente mais confiante, as músicas chegam com mais rapidez e agressividade.
POR QUE OUVIR: Para perceber como canções como "Missing" e "Downhill Racer", antes insossas, se tornam irresistíveis.
(THIAGO NEY)

GRAVADORA: EMI. QUANTO: R$ 35, em média.

MPB
O MILAGRE DO CANDEAL
   
CARLINHOS BROWN E OUTROS

O mote do documentário "O Milagre do Candeal", do cineasta espanhol Fernando Trueba, é a ida de Bebo Valdés a Salvador. Infelizmente, há muito pouco (três faixas) do grande pianista cubano no disco homônimo. O CD é quase todo de seu anfitrião, Carlinhos Brown, e dos músicos baianos. Mas, aqui, isso não é um defeito: as faixas extraídas das filmagens e de outros discos de Brown formam um todo bonito, em que África, Bahia e Cuba parecem uma coisa só.

POR QUE OUVIR: "Músico", com Marisa Monte, e "Blen Blen Blen" são ótimos encontros de Brown com Valdés. "Aldeia", "Zambie Mameto" e "Ashansu" são belezas extra-filme que se encaixaram bem no conceito. (LFV)

GRAVADORA: Sony BMG. QUANTO: R$ 28, em média.

Rock
THE CODE IS RED... LONG LIVE THE CODE
   
NAPALM DEATH

Além de ser o primeiro disco de inéditas nos últimos três anos por uma nova gravadora, descontado aí o CD de covers "Leaders Not Followers Pt. 2", do ano passado, "The Code Is Red..." apresenta a banda definitivamente como um quarteto após o desligamento do mítico guitarrista Jesse Pintado. Mas não se engane: a destruição sonora grindcore continua a mesma, desta vez acompanhada por convidados ilustres como Jello "Dead Kennedys" Biafra, Jamey "Hatebreed" Jasta e Jeff "Carcass" Walker.
POR QUE OUVIR: É sinônimo de música pesada e também de um subgênero, o grindcore: mistura punk, hardcore, thrash e death metal na mesma panela. (JEAN CANUTO)

GRAVADORA: Century Media. QUANTO: R$ 25, em média.


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