São Paulo, domingo, 06 de junho de 2010

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FOCO

Teatro Augusta retoma movimento de fase áurea

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Embora não tenha passado incólume à degradação que abateu a região do Baixo Augusta, no centro de São Paulo, dá para dizer: o teatro Augusta (r. Augusta, 943, tel. 0/xx/11/3151-2464) é um sobrevivente.
Quem teve o desprazer de assistir a um espetáculo ali entre os anos 80 e 90, antes da reforma de 1999, testemunhou um cenário protagonizado por um hall quase sempre vazio e por produções inexpressivas em cena.
Como a vizinhança, a casa passou por um período de desvalorização e abandono. A prostituição tomou conta da rua e afastou o público, o que foi agravado por uma administração descuidada.
Mas, acompanhando um dos mais expressivos casos de revitalização urbana da capital, suas duas salas retomam hoje o movimento da fase áurea. O público tem crescido gradualmente: em 2005, a média era de 16 mil por ano; em 2008, de 25 mil; e, em 2009, de 26 mil.
É, segundo análise da atual administração, o público heterogêneo dos anos que seguiram a inauguração em 1973 marcada por sucessos como "Sinal de Vida".

PÚBLICO
Hoje em cartaz, "Nara", musical com Fernanda Couto sobre a cantora Nara Leão, e "O Grande Cerimonial", da Teatro Kaus Cia. Experimental, têm rendido casa lotada, até em dias de semana.
Às terças e quartas -que passaram a ter programação recentemente-, as filas são comuns. As produções alugam o espaço e capitalizam com patrocínios e bilheteria.
"Escolhemos o Augusta porque ele é frequentado por executivos, famílias, gays escandalosos e gays comportados", brinca a produtora Beti Antunes, de "Nara".
Voltar ao circuito comercial, com produções para o grande público, é também resultado da revisão administrativa assumida pelo ator André Ferreira em 2002.
Ele diz que a prostituição e o tráfico de drogas atrapalharam a retomada. "No começo, muita gente recusava convite para vir por causa da má fama da Augusta, o que não acontece mais."


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