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FOCO
Teatro Augusta retoma movimento de fase áurea
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Embora não tenha passado incólume à degradação
que abateu a região do Baixo
Augusta, no centro de São
Paulo, dá para dizer: o teatro
Augusta (r. Augusta, 943, tel.
0/xx/11/3151-2464) é um sobrevivente.
Quem teve o desprazer de
assistir a um espetáculo ali
entre os anos 80 e 90, antes
da reforma de 1999, testemunhou um cenário protagonizado por um hall quase sempre vazio e por produções
inexpressivas em cena.
Como a vizinhança, a casa
passou por um período de
desvalorização e abandono.
A prostituição tomou conta
da rua e afastou o público, o
que foi agravado por uma administração descuidada.
Mas, acompanhando um
dos mais expressivos casos
de revitalização urbana da
capital, suas duas salas retomam hoje o movimento da
fase áurea. O público tem
crescido gradualmente: em
2005, a média era de 16 mil
por ano; em 2008, de 25 mil;
e, em 2009, de 26 mil.
É, segundo análise da
atual administração, o público heterogêneo dos anos que
seguiram a inauguração em
1973 marcada por sucessos
como "Sinal de Vida".
PÚBLICO
Hoje em cartaz, "Nara",
musical com Fernanda Couto
sobre a cantora Nara Leão, e
"O Grande Cerimonial", da
Teatro Kaus Cia. Experimental, têm rendido casa lotada,
até em dias de semana.
Às terças e quartas -que
passaram a ter programação
recentemente-, as filas são
comuns. As produções alugam o espaço e capitalizam
com patrocínios e bilheteria.
"Escolhemos o Augusta
porque ele é frequentado por
executivos, famílias, gays escandalosos e gays comportados", brinca a produtora Beti
Antunes, de "Nara".
Voltar ao circuito comercial, com produções para o
grande público, é também resultado da revisão administrativa assumida pelo ator
André Ferreira em 2002.
Ele diz que a prostituição e
o tráfico de drogas atrapalharam a retomada. "No começo, muita gente recusava
convite para vir por causa da
má fama da Augusta, o que
não acontece mais."
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