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CDs
Instrumental
Juá
JUAREZ MOREIRA
Gravadora: independente; Quanto: R$ 25, em média
Avaliação: ótimo
Expoentes da música instrumental brasileira, como Wagner Tiso (piano), Nivaldo Ornelas (sax tenor) e Paulo Sérgio
Santos (clarinete), reforçam a seleção de craques mineiros que acompanham o violonista e guitarrista em seu oitavo álbum. Numa síntese
de quase 30 anos de carreira, Moreira exibe 14 composições próprias
que revelam diversas influências: da bossa nova ("Carioca") ao choro
("Encapetado"), passando pelo jazz moderno ("Wes") e pela música
clássica ("Belle Époque"). Fechando o álbum, "Baião Barroco", sua
composição mais conhecida, reaparece em belo arranjo colorido por um
naipe de cordas.
POR QUE OUVIR: Para apreciar o talento e a elegância musical de um
dos grandes violonistas do país.
(CARLOS CALADO)
Erudito
Berio +
PERCORSO ENSEMBLE
Gravadora: Sesc SP; Quanto: R$ 25, em média
Avaliação: ótimo
Capitaneado pelo percussionista Ricardo Bologna, da Osesp, o Percorso Ensemble convidou a mezzo-soprano Celine Imbert para gravar um dos mais estimulantes ciclos de canções do
século 20: as "Folksongs", do italiano Luciano Berio (1925-2003). De
quebra, o disco traz ainda três composições de Arrigo Barnabé, bem
como cinco divertidos trechos da ópera "O Enigma de Caim", do mineiro Eduardo Guimarães Álvares, que incorpora com bom humor elementos populares à linguagem erudita.
POR QUE OUVIR: Todo o frescor e a transparência das "Folksongs"
são valorizados pela precisão do Percorso Ensemble e pela entrega
interpretativa de Celine Imbert, à vontade também nas peças dos
autores brasileiros.
(IRINEU FRANCO PERPETUO)
MPB
Foi a Noite
CLAUDETTE SOARES
Gravadora: Lua; Quanto: R$ 22, em média
Avaliação: bom
Uma das maiores cantoras do Brasil, a
baixinha Claudette Soares, 69, tem
aquele dom de unir balanço e romantismo com facilidade -como tinha Elizeth Cardoso. O repertório de Tom
Jobim é, portanto, perfeito para ela. Neste CD, dedicado à obra do
maestro, ela regrava "Foi a Noite" e "Só Saudade", que lançou nos
anos 50, arrisca músicas menos conhecidas do grande público, como
"Cala, Meu Amor", e dá sua versão para clássicos como "Derradeira
Primavera", "Inútil Paisagem", "Sabiá" e "Retrato em Branco e Preto". A cantora pode soar muito solene em alguns momentos, mas sua
voz permanece belíssima.
POR QUE OUVIR: Apenas com piano e sopros -além do violoncelo
em uma faixa-, os arranjos deixam Claudette brilhar.
(LFV)
Instrumental
Íntimo
HAMILTON DE HOLANDA
Gravadora: Brasilianos/Deckdisc; Quanto: R$ 22, em média
Avaliação: bom
Com seu bandolim de dez cordas
ligado na tomada e seus passeios
por vários gêneros, o músico Hamilton
de Holanda tem feito a sua parte na busca de dessacralizar o choro,
um meio repleto de puristas. Mas, neste "Íntimo", gravado em quartos de hotel pelo mundo com a ajuda de um laptop, o objetivo é simplesmente tocar sozinho temas próprios ou clássicos da música brasileira, como "Feitiço da Vila", "Chão de Estrelas", "As Rosas Não Falam", "Luiza" e "Beatriz". O álbum mostra como Holanda, que mui-
tas vezes exagera em seus solos, pode ser econômico e delicado
quando quer.
POR QUE OUVIR: É a boa música sem firulas. Para relaxar e... se
emocionar.
(LFV)
Rock
Tribunal Surdo
VIOLINS
Gravadora: Monstro; Quanto: R$ 18;
Avaliação: regular
A excelente faixa de abertura do novo
disco do Violins, "Delinquentes Belos",
mostra o potencial ainda a ser lapidado
por esses goianos. Com melodia intrincada e explosão de guitarras,
sem deixar de lado um aceno ao pop, lembra belos momentos de
bandas como o Sonic Youth e o Foo Fighters. Mas o Violins é isso:
muita seriedade, como se o destino do mundo todo estivesse em
suas mãos.
POR QUE OUVIR: O grupo está em um nicho bem definido do pop
atual, que fala aos corações e mentes de um público mais "college",
jovem, em que letras tolas ou o medo de experimentações não têm
espaço. A questão é que as bem-intencionadas letras críticas à sociedade, como "Grupo de Extermínio de Aberrações", apesar de atualíssimas, além das guitarras opressoras, soam como camisas-de-força para a banda.
(BYS)
Rock
Lost Highway
BON JOVI
Gravadora: Universal; Quanto: R$ 32, em média
Avaliação: péssimo
Em setembro de 2005, eu escrevi nesta
seção que Bon Jovi tinha composto "o
mais constrangedor álbum do milênio
atual" -era "Have a Nice Day". Ou seja, "Lost Highway" já nasce obrigatoriamente melhor. Mas nem suas canções mais aceitáveis, como
"We Got it Going on", conseguem empolgar. Nada inspirado em melodias, sempre desprezível nas letras, Jon Bon Jovi e asseclas recorrem
a clichês de sua carreira e "raízes country". O resultado é próximo do
primeiro disco de Shania Twain: rock pop insosso que não serve nem
como trilha para discutir com a mãe. Não que Bon Jovi realmente se
preocupe em ser um artista de prestígio -sempre lhe bastou ser jovem e empolgante. Só que, sem flama e envelhecido, seu som é nada.
POR QUE NÃO OUVIR: olha, não faz seis meses que Tom Petty lançou "Highway Companion" e mostrou como se faz direito tudo isso
a que Bon Jovi se propôs.
(MÁRVIO DOS ANJOS)
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