São Paulo, domingo, 06 de julho de 2008

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Record escala mais heróis contra Globo

Apostando nos bombeiros do Rio, autora é otimista e espera o maior ibope da rede para "Chamas da Vida"

LEANDRO FORTINO
DA SUCURSAL DO RIO

Mais uma vez a Record vai enfrentar a Globo com heróis. Mas, diferentemente dos mutantes superpoderosos, a aposta será em gente real, os bombeiros do Rio. E é nesse universo de ação que gira a trama de "Chamas da Vida", novela das 22h que estréia nesta terça.
Mas, segundo a sua autora, Cristianne Fridman, o fato de ser uma mulher escrevendo um roteiro de ação traz mais romance, em especial o do casal Leonardo Brício e Juliana Silveira. Ele é o bombeiro Pedro, que mora em Tinguá, na Baixada Fluminense; ela é a produtora de vídeo Carolina, garota rica do bairro da Urca.
"Em nosso grande incêndio na fábrica de sorvetes, no capítulo de estréia, há toda uma seqüência de Pedro resgatando Carolina. Então, ao mesmo tempo, tem ação e romantismo. Todos nós e todas nós precisamos de heróis", diz Fridman.
Apesar de o tema ter virado moda na emissora, a autora garante que não houve nenhuma orientação para seguir nessa linha. "Tive total liberdade, não me pediram nada de herói. Quando dizem que as pessoas se identificam mais com os vilões é porque, mesmo sendo maus, você vê neles uma humanidade. Os bombeiros também cometem erros, então Pedro tem um lado não-heróico, ele não é perfeito. Já a vilã Vilma [Lucinha Lins] não é só má, ela faz coisas engraçadas."
Em "Chamas da Vida", Fridman pretende tocar em temas delicados. Um personagem contrai o HIV; outros consomem ecstasy. "Não gosto quando o tema se impõe aos personagens. Fica falso. Há personagens que organizam raves, tem a ver consumir ecstasy. Essa é uma questão séria, quero falar sobre isso", diz.
Já com a idéia de criar um personagem heterossexual e mulherengo contaminado pelo HIV, ela quer mostrar que o portador do vírus da Aids não vive uma sentença de morte.
"Vamos lidar com isso da forma mais natural. O Guilherme [Roger Gobeth] é saudável, bonito. Quero mostrar que o HIV não tem rosto", explica.
A autora, que já trabalhou na dramaturgia da Globo, espera que "Chamas da Vida" dê "o maior ibope que a Record jamais teve". "Ninguém joga na Mega-Sena para ganhar a quadra; o Fluminense não queria o segundo lugar na Libertadores; não vou entrar em campo para dar pouco ibope", garante.
Fridman diz preferir trabalhar sem pensar na concorrência. "Não tenho assistido às novelas da Globo e vi um pouco de "Mutantes" [da Record]. Acho uma idéia inovadora, mas bem diferente do meu estilo."


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