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Reinventado, The Hives toca em SP
Quinteto sueco faz show em 6 de setembro no Via Funchal, agora com uma sonoridade mais dançante
JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
No começo desta década,
quando o rock experimentou
um dos momentos mais populares dos últimos tempos, o
sueco The Hives era o responsável pelas guitarras mais velozes da turma. Em identidade visual, empatava com Strokes e
White Stripes. Em energia, deixava as rivais no chinelo.
O Hives que toca no Via Funchal no dia 6/9 (informações:
www.viafunchal.com.br),
como atração principal do festival Orloff Five, é um pouco diferente. Os suecos não são mais
tão reféns do rock de garagem,
o que fica claro em "The Black
and White Album" (2007), seu
trabalho mais recente.
Após oito anos construindo a
carreira na Suécia, o grupo chamou a atenção com a coletânea
"Your New Favourite Band",
lançada na Inglaterra em 2001.
Três anos depois, reapareceu
com seu melhor trabalho,
"Tyrannosaurus Hives", mas
experimentou uma ressaca
brava e viu seu prestígio cair.
No ano passado, se reinventou. Gravado em oito estúdios
diferentes, sob supervisão de
quatro produtores, "The Black
and White Album" mostrou
que os cinco amigos podiam
flertar com elementos da dance
music, como baixos suingantes
e programações eletrônicas.
O grupo também participou
do último disco solo de Timbaland. Produtor mais quente do
momento, ele também deveria
gravar faixas do CD do Hives,
mas... "Trabalhar com ele é
muito esquisito", diz o vocalista
Howlin" Pelle Almqvist, de Munique. "O cara só sabe fazer
"Timbaland music", não consegue gravar algo diferente daquilo. Aprendemos muito, mas,
sinceramente, as músicas que
gravamos com ele não ficaram
tão boas quanto as que entraram no álbum. Sequer finalizamos as faixas", diz.
Sobre o fracasso de "Tyrannosaurus Hives", Pelle culpa a
falta de empenho da gravadora.
"Não havia tanta grana para
promover aquele disco." E
aproveita para dizer umas palavras de consolo para o Cansei
de Ser Sexy, que viu seu álbum
"Donkey" ser bombardeado
com críticas negativas, principalmente na Inglaterra.
"O Reino Unido é diferente
do resto do mundo. Lá, eles estão preparados para não gostar
do seu segundo disco. Precisam
ter bandas novas o tempo inteiro. O Hives já passou por isso
mas segue tocando para o mesmo número de pessoas. E, nos
EUA, estamos até maiores."
Com relação à geração que
chacoalhou o rock na virada do
milênio, o vocalista não é nada
humilde. "Vejo o que aconteceu
como um retorno para o que é
bom. Antes da gente, a música
que estava nas rádios e nas TVs
era terrível. E nós continuamos
bem, o White Stripes está melhor do que nunca, o Strokes está ok..." Esqueceu-se apenas do
The Vines. Mas, afinal, quem se
lembra?
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