JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

São Paulo já não tem mais a filial do conhecido Tempero da Dadá, aberto aqui um ano atrás.
No entanto, quem for ao local na rua Amauri onde ele funcionou não ficará sem acarajé ou vatapá. Os sócios paulistas da Dadá mantiveram a casa que, semana passada, tornou-se Tempero Brazil.
Ressentindo-se da constante ausência da titular da cozinha e ainda, segundo os proprietários, do temor dos paulistanos diante da supostamente pesada cozinha baiana, o restaurante tomou novo rumo: ampliou o leque do cardápio para abranger toda a cozinha brasileira e trouxe uma baiana "full time", a competente Vanilda Barreto de Morais, ou Vanda, de 44 anos, que manteve uma casa com seu nome, até o ano passado, no bairro de Santa Cecília.
Concebido inicialmente pelas sócias Rosangela Brito Lutkus, pernambucana de 32 anos, e Rosana Bernadini, paulista de 31, o cardápio ainda é, na verdade, fortemente baiano. O que não é problema, pois aí está seu forte. O acarajé é macio, sequinho e crocante por fora, acompanhado de um vatapá pungente e camarõezinhos.
O bobó de camarão (crustáceos cozidos com creme de mandioca) é mais do que correto, acompanhado por um suave pirão de peixe. (O bobó de lagosta, cujas caudas são grandes demais para absorver os sabores do creme, além de mais delicadas, é que deixa a desejar.)
Os pratos típicos, apreciados com uma boa oferta de cachaças e polpas de frutas, sobrepõem-se aos supostamente mais sofisticados. Um exemplo são os camarões jericoaquara, fritos até endurecer, servidos com um desproporcional e espesso tolete de manga, purê de mandioquinha e uma salada que não orna nem na aparência nem no sabor.
A ver os pratos das demais regiões que vão sendo implantados: a galinha ao molho pardo, o arroz de hauçá, a carne-de-sol com macaxeira, que requerem encomenda prévia. Mesmo porque, dá vontade de experimentar, finalmente, um restaurante de cozinhas do Brasil.

Cotação: $$$ Avaliação: regular


Restaurante: Tempero Brazil
Onde: r. Amauri, 282 (Itaim Bibi, zona sudoeste); tel. 0/ xx/11/282-4990
Quando: segunda a sexta, das 12h às 15h30 e das 19h à 1h; sábado, das 12h à 1h30; domingo, das 12h às 23h30
Ambiente: arejado, claro, confortável
Serviço: correto
Cozinha: de inspiração brasileira, melhor nos pratos baianos
Estacionamento e manobrista (pago)
Cartão: todos
Quanto: entradas, R$ 6 a R$ 30; pescados, R$ 26 a R$ 46; carnes e aves, R$ 20 a R$ 25 sobremesas, R$ 8 a R$ 105

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Cotação: $ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente (   ); ótimo (  ); bom ( ); regular (sem estrela)

Salsa
Vale ao menos pelo evento: o hotel Gran Meliá de São Paulo vai realizar, de 10 a 19 de agosto, um festival cubano como manda o figurino. A cozinha é a do Meliá Cohiba, de Havana (para o festival, vêm os chefs Victorio Martín e Giuseppe Kindelan), com pratos caribenhos com muito porco, arroz e feijão, banana y otras cositas más. Tudo embalado ao ritmo de uma banda de salsa local e coroado com os charutos cubanos (alguns dos quais devem ser preparados na frente do público).


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