São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2001

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MUNDO GOURMET

Piranha rejeita o tédio dos menus de discoteca

COLUNISTA DA FOLHA

Ninguém vai a uma discoteca para comer. Porém, no caso do Piranha -restaurante da discoteca de mesmo nome-, a viagem não será perdida. É verdade que o lugar reúne todas as mazelas de uma casa noturna de sucesso -de filas na rua ao barulho interior. Mas, para comer no restaurante, existem atalhos.
Ele funciona no almoço, quando o som ambiente é mais contido. E à noite, uma vez que se faça reserva e se chegue bem antes das nove, é possível entrar sem tantos constrangimentos e aproveitar certa calmaria. Será uma chance de ver as belas instalações com jeito de praça interiorana e a bonita cozinha num nível abaixo daquele do salão.
O Piranha é fruto da união de dois empresários da noite -Alexandre Negrão e Alfredo Pimenta (Aeoranta, Lanterna, Le Tan Tan)- com dois principiantes -Renata Ometo e Eric Di Giacinto. Duas mulheres comandam a cozinha: Martha Autran, no ramo há oito anos, quando passou por restaurantes como Tambor e Le Tan Tan; e Bárbara Kerr, que, como Martha, estudou no The Culinary Institute of America e depois trabalhou na Califórnia durante dois anos.
Elas criaram um cardápio atraente, longe das fórmulas tediosas de discotecas e bares. Usam ingredientes que vão do Oriente (atum com soba, gengibre, molho de vinho doce) ao sertão (carne-seca com purê de aipim gratinado); concebem pratos que apelam para o afeto (picadinho com arroz, farofa e banana; frango de leite recheado com farofa de milho na manteiga de tomilho); e outros que falam direto à imaginação (costelas de javali glaceadas com purê de inhame e nozes; picanha de carneiro ao molho de Porto e frutas vermelhas com purê de batata-doce roxa).
Há uma tendência, bem americana, de misturar doces com salgados; e, na pressão do movimento intenso, frequentemente se perde a mão no acabamento (pontos da picanha de cordeiro ou dos risotos, gnocchi ressecados, por exemplo). Mas vale a pena ter paciência quando se descobre um terreno fértil em imaginação. (JOSIMAR MELO)


Cotação: $$$°Avaliação: regular

Restaurante: Piranha Endereço: rua Turiassu, 928, Perdizes, tel. 0/xx/11/3873-0744 Horário: diariamente, das 12h às 16h e das 19h30 às 2h Ambiente: bonito e ruidoso, num galpão ao lado da discoteca Serviço: jovial, atencioso, mas apressado Cozinha: moderna, original, atribulada Quanto: entradas, de R$ 4 a R$ 16; pratos principais, de R$ 12 a R$ 35; sobremesas, de R$ 4,50 a R$ 8


$ (até R$ 22); $$ (de R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim  


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