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EVENTO
Com menos patrocínio e redução no número de projetos, exposição em SP homenagerará Alvar Aalto e Le Corbusier
Bienal de Arquitetura encolhe na 6ª edição
GABRIELA LONGMAN
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Menos é mais." A famosa frase
do arquiteto Mies van der Rohe
(1886-1969) serve para conceituar
a idéia dos curadores Pedro Cury
e Gilberto Belleza sobre a 6ª Bienal
Internacional de Arquitetura de
São Paulo, que será aberta no dia
22 de outubro e se estenderá até 11
de dezembro no parque Ibirapuera, em São Paulo.
Apesar de projetos do arquiteto
alemão não estarem presentes,
sua síntese vem ao encontro do
"enxugamento" dos números
desta Bienal, que restringiu drasticamente o número da Exposição
Geral de Arquitetos, por exemplo.
A seção dedicada à produção recente de profissionais do meio vai
apresentar 198 projetos. No evento anterior, eram 440. "Percebemos que havia um excesso de
plantas, desenhos e cortes. Então
agora exigimos a apresentação de
maquetes", afirma Cury, que já
havia sido curador da 5ª Bienal.
Tal obrigatoriedade vem pela
vontade dos curadores em aproximar a mostra do grande público. A organização quer aumentar
o número de visitantes, principalmente de pessoas que não trabalhem ou estudem na área. Segundo Cury, eles querem atingir 300
mil -foram cerca de 180 mil na
edição passada.
Com o tema "Viver na Cidade
-°Realidade, Arquitetura e Utopia", os curadores dispõem de
menos recursos, muito disso devido à retração de patrocínios
ocasionada pela crise política. Orçado em cerca de R$ 4 milhões, o
evento tem R$ 2 milhões a menos
que o anterior.
"Senti mais dificuldades em obter verba do que na outra bienal. É
visível a menor disponibilidade
de patrocínio", conta Cury.
Apesar disso, Belleza e Cury enfatizam que a redução de projetos
já havia sido proposta anteriormente. "Foi uma decisão curatorial", afirma Cury.
Outra diferença desta edição é
que o design teve importância minimizada, caindo até do título do
evento. "[O design] vai entrar em
meio aos projetos arquitetônicos.
Mas não quer dizer que não vai
haver design na Bienal", avalia
Antonio Claudio Fonseca, vice-presidente da seção São Paulo do
IAB (Instituto de Arquitetos do
Brasil) e integrante do conselho
de organização da Bienal.
Medalhões
Entre os homenageados nas
mostras especiais internacionais,
despontam os nomes do finlandês Alvar Aalto (1898-1976) e do
franco-suíço Le Corbusier (1887-1965).
De Aalto, virá uma mostra que
foca os seus trabalhos de residências. Expoente de uma arquitetura considerada orgânica, influenciada pela natureza e que recusa
formalismos, será ladeado no
mesmo setor climatizado do prédio de Niemeyer pelos desenhos
de Le Corbusier, mentor do racionalismo moderno na arquitetura.
"É ótimo trabalharmos com os
contrastes. Eles estimulam a discussão, um dos pontos centrais da
Bienal", afirma Cury.
E os debates devem dominar a
primeira semana do evento. Entre
as presenças prometidas, está a do
português Gonçalo Byrne, um
dos principais nomes da arquitetura européia contemporânea.
Entre os brasileiros, os principais tributos são destinados a
Carlos Millan, Ícaro de Castro
Melo e Eduardo Kneese de Melo.
O ingresso para o evento (no
Pavilhão da Bienal, portão 3 do
parque Ibirapuera) custará R$ 12,
com meia-entrada para estudantes e maiores de 60 anos.
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