|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DOCUMENTÁRIO
Série investiga crimes na história da arte
GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Imagine um sumiço de obras de
arte que envolva disputas políticas, máfia russa, Exército nazista e
a embaixada alemã em Tóquio. O
responsável por desvendar "o
mistério" não é Sherlock Holmes
ou 007, mas uma simpática cinqüentona alemã, curadora do
museu de Bremen.
Esse é um exemplo de episódio
da nova série "Art Crime", produzida pela BBC. A idéia é usar o
dueto (arte + crime) para produzir documentários que revelem
mais sobre o roubos de quadros,
esculturas e coleções valiosas espalhados pelo mundo -o que,
em tempos de "Código da Vinci",
deve despertar o interesse geral.
Os documentários utilizam recursos de narrativa ficcional
-clima de suspense, edição rápida, trilha sonora cuidadosa-,
mesclando depoimento de personagens reais à encenação de atores. Juntos, os recursos servem
para amenizar o caráter burocrático que costumam ter os documentários históricos.
Se o resultado não chega a ser
revolucionário é, pelo menos, interessante. No segundo episódio,
por exemplo, é curioso descobrir
que soldados soviéticos roubavam os desenhos de Dürer não
porque soubessem de seu valor,
mas simplesmente para pregar
nos tanques os corpos nus das
mulheres ali retratadas.
Crimes envolvendo tumbas faraônicas e o desaparecimento do
emblemático "O Grito" de Münch
são alguns dos temas dos próximos episódios. Ninguém vai virar
expert em crime ou história da arte, mas a série não deixa de ser um
passatempo instigante, inteligente e informativo dentro do mar de
infelicidades da programação televisiva.
Art Crime
Quando: todas as quartas, às 22h
(estréia amanhã)
Texto Anterior: Música: McCartney diz que "ouve" John Lennon Próximo Texto: Fernando Bonassi: Os tesoureiros Índice
|