São Paulo, terça-feira, 06 de setembro de 2005

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DOCUMENTÁRIO

Série investiga crimes na história da arte

GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Imagine um sumiço de obras de arte que envolva disputas políticas, máfia russa, Exército nazista e a embaixada alemã em Tóquio. O responsável por desvendar "o mistério" não é Sherlock Holmes ou 007, mas uma simpática cinqüentona alemã, curadora do museu de Bremen.
Esse é um exemplo de episódio da nova série "Art Crime", produzida pela BBC. A idéia é usar o dueto (arte + crime) para produzir documentários que revelem mais sobre o roubos de quadros, esculturas e coleções valiosas espalhados pelo mundo -o que, em tempos de "Código da Vinci", deve despertar o interesse geral.
Os documentários utilizam recursos de narrativa ficcional -clima de suspense, edição rápida, trilha sonora cuidadosa-, mesclando depoimento de personagens reais à encenação de atores. Juntos, os recursos servem para amenizar o caráter burocrático que costumam ter os documentários históricos.
Se o resultado não chega a ser revolucionário é, pelo menos, interessante. No segundo episódio, por exemplo, é curioso descobrir que soldados soviéticos roubavam os desenhos de Dürer não porque soubessem de seu valor, mas simplesmente para pregar nos tanques os corpos nus das mulheres ali retratadas.
Crimes envolvendo tumbas faraônicas e o desaparecimento do emblemático "O Grito" de Münch são alguns dos temas dos próximos episódios. Ninguém vai virar expert em crime ou história da arte, mas a série não deixa de ser um passatempo instigante, inteligente e informativo dentro do mar de infelicidades da programação televisiva.


Art Crime
Quando:
todas as quartas, às 22h (estréia amanhã)


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