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Crítica
Humor é trunfo dos trabalhos de Ivan Cardoso
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Ivan Cardoso é um artista peculiar. Onde quer que vá, é possível vê-lo, máquina na mão, fotografando pessoas e coisas.
Registrando. No cinema, salta
do Super-8 ao 35 mm com a
mesma desenvoltura com que
transita do popular ao erudito.
Isso lhe dá uma flexibilidade
única, de tal modo que pode registrar de Mojica Marins a Helio Oiticica, de Moreira da Silva
a Goeldi, investigando semelhanças e diferenças entre formas de representação erudita e
popular.
Cineasta da geração de 1970,
Cardoso tem um tanto do gosto
inovador de Bressane, outro
tanto do lado cinema popular
de Sganzerla e bastante de si
mesmo (em especial o humor,
que parece usar como arma de
sobrevivência).
Seu trabalho pode ser conferido nos belos filmes curtos que
passam hoje na sessão "É Tudo
Verdade" (Canal Brasil, 14h),
apresentada por Amir Labaki.
Atualmente, duas comédias
do cineasta continuam inéditas, enquanto o establishment
se empenha em lançar filmes
risíveis.
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