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Botequins de SP e Rio também bebem em livro
DA REPORTAGEM LOCAL
A Mercearia São Pedro
pode ter feito o volume mais
"literário" patrocinado por
um bar, mas não foi pioneiro. Neste ano mesmo, na
mesma São Paulo, outro estabelecimento "etílico" colocou suas histórias em outro
livro esmerado.
Comemorando dez anos,
o Bar Balcão, nos Jardins,
lançou a coletânea "Balcão",
que reúne não apenas curtos
depoimentos (e pequenas
ficções) de diversos de seus
clientes das artes e letras, como um amplo repertório de
ilustrações feitas especialmente para o projeto por artistas plásticos como José
Resende, Arthur Lescher e
Laura Vinci.
Lançado em julho, o volume traz textos de críticos como Rodrigo Naves, do também veterano habitué do
Mercearia Mario Prata e o
curioso "O Mistério da Parede", no qual o jornalista Fábio Altman elucida um velho mistério do local: um
quadrão pendurado no bar é
sim de um dos pais do pop, o
americano Roy Lichtenstein
(1923-1997).
A nota de "ressaca" é que,
se "Uma Antologia Bêbada"
pode ser comprado na Mercearia São Pedro (e futuramente em livrarias), "Balcão" só foi distribuído a
clientes preferenciais: não
está à venda nem nos balcões sinuosos do bar.
Esgotada também é uma
antologia etílico-literária carioca, elaborada por freqüentadores do antológico
bar Jobi, do Leblon. Lançado
em 2002, sumiu mais rapidamente do que os chopes
tirados no bar, de mais de 50
anos.
Outros bares cariocas, se
não têm seus próprios livros,
são amplamente citados na
ficção nacional. João Antonio usa o Nova Capela em
"Joãozinho da Babilônia". O
Lamas aparece em "Um Crime Delicado", de Sérgio
Sant'Anna. O romance
"Corpo Presente", de João
Paulo Cuenca, passeia pelo
Meia Pataca, e Rubem Fonseca usa o Amarelinho em
"A Grande Arte".
(CEM)
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