O estilista italiano Roberto Cavalli mostrou, no último dia da temporada de Milão, uma coleção que difere em muito do que ele tem feito ultimamente. As peças, bem mais discretas, insinuavam mais o corpo do que o exibiam e até brincavam com elementos masculinos. Os críticos internacionais gostaram da coleção e assinalaram uma mudança capital na trajetória de Cavalli, 65, conhecido por suas roupas que transformam as mulheres em poderosas vamps sexies. Pouco antes do desfile, que aconteceu num salão decorado com uma imensa foto da Ponte Vecchio, em Florença, no início do século, o estilista conversou com a Folha.

 

FOLHA - É também um cenário muito italiano, o sr. ainda acredita num estilo italiano ou hoje a moda é mais internacional?
CAVALLI - Os dois ao mesmo tempo. A moda é internacional, sim, mas onde quer que você vá no mundo verá as melhores roupas da Itália, com o nosso toque. Não é porque sou italiano, mas nós fazemos a verdadeira moda aqui. É uma moda com muita criatividade e elaboração. Pessoas tentam implementar a moda americana, mas elas não têm criatividade, apenas copiam os italianos. Nós temos tradição.

FOLHA - O que as mulheres querem hoje da moda?
CAVALLI - Elas costumavam querer o sexy, mas hoje o sexy não é tão importante. Elas querem ser mais sensuais, o que é diferente, desejam estar glamourosas e chiques. As mulheres querem ficar longe da vulgaridade. Minha nova coleção é sensual. Ela apenas insinua.

FOLHA - O sr. tem novos planos para o Brasil?
CAVALLI - Gostaria de abrir mais lojas, porque sei que as mulheres brasileiras me amam, o que me deixa orgulhoso e feliz. Afinal, o Brasil é lindo e tem as modelos mais bonitas do mundo.


Texto Anterior: Última Moda: Jil Sander e Balenciaga apontam o futuro
Próximo Texto: Música - Crítica/ "Kavita 1": Mariana Aydar sela boa safra da MPB
Índice