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"Paralela" reúne 146 artistas no Ibirapuera
Exposição organizada por 12 galerias de São Paulo tem trabalhos inéditos
Com curadoria de Daniela Bousso, mostra investe em hibridismo e tem artistas como Vik Muniz, Cildo Meireles e Luiz Zerbini
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um panorama da arte brasileira, com obras de 146 nomes
de diversas gerações, exibidas
em um prédio histórico que
volta a ser destinado a mostras.
A "Paralela 2006", exposição
que reúne artistas de 12 galerias paulistanas no prédio da
Prodam, projetado por Oscar
Niemeyer, no parque Ibirapuera, é inaugurada hoje para convidados e público.
Nesta edição, a terceira, a
"Paralela" tem uma curadora:
Daniela Bousso, diretora do Paço das Artes.
"Na última edição, havia as
obras já escolhidas pelas galerias. O organizador [Moacir dos
Anjos] agrupou-as de forma
que dialogassem. Agora ocorreu o processo inverso: a curadora fez uma seleção prévia e
montou a exposição", afirma o
diretor-geral da exposição, Ricardo Ribenboim.
"Tive completa liberdade na
escolha dos artistas", diz Bousso, que diz ter selecionado trabalhos "situados em uma zona
de risco". Desde o início do ano,
conversou com cada artista para saber o que eles gostariam de
expor e de qual forma. "Por isso, uma quantidade grande de
obras é inédita, cerca de 80%."
Mas como montar uma mostra com tanta diversidade de
nomes e estilos? "Não adianta
tentar costurar o incosturável",
avisa a curadora. "Mas alguns
eixos foram seguidos: abolir a
analogia de linguagens; investir
na potência da obra do artista; e
não organizar o espaço por galerias", explica Bousso.
Bousso acredita que não é
possível apontar tendências
predominantes em uma mostra desse tamanho. "Procurei
dar um caráter híbrido à mostra. Assim, uma videoinstalação pode estar próxima de um
desenho." E linguagens mais
tradicionais, como a pintura,
parecem ampliar sua espacialidade, como nos trabalhos de
Brígida Baltar, Fábio Miguez,
Regina Silveira e Chiara Banfi.
A montagem se apropriou de
algumas características do prédio, com dois andares com cerca de 12 mil m2 que foram desocupados pela Prodam (Companhia de Processamento de Dados do Município) em setembro. "Houve uma limpeza forte,
tiramos todo o forro, fizemos
algumas adaptações, mas foi
proposital não ocultar as imperfeições", conta Ribenboim.
O prédio, ainda em prazo indefinido, irá abrigar mostras do
MAM (Museu de Arte Moderna) e do MAC (Museu de Arte
Contemporânea).
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