São Paulo, sexta-feira, 06 de outubro de 2006

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"Paralela" reúne 146 artistas no Ibirapuera

Exposição organizada por 12 galerias de São Paulo tem trabalhos inéditos

Com curadoria de Daniela Bousso, mostra investe em hibridismo e tem artistas como Vik Muniz, Cildo Meireles e Luiz Zerbini


MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um panorama da arte brasileira, com obras de 146 nomes de diversas gerações, exibidas em um prédio histórico que volta a ser destinado a mostras. A "Paralela 2006", exposição que reúne artistas de 12 galerias paulistanas no prédio da Prodam, projetado por Oscar Niemeyer, no parque Ibirapuera, é inaugurada hoje para convidados e público.
Nesta edição, a terceira, a "Paralela" tem uma curadora: Daniela Bousso, diretora do Paço das Artes.
"Na última edição, havia as obras já escolhidas pelas galerias. O organizador [Moacir dos Anjos] agrupou-as de forma que dialogassem. Agora ocorreu o processo inverso: a curadora fez uma seleção prévia e montou a exposição", afirma o diretor-geral da exposição, Ricardo Ribenboim.
"Tive completa liberdade na escolha dos artistas", diz Bousso, que diz ter selecionado trabalhos "situados em uma zona de risco". Desde o início do ano, conversou com cada artista para saber o que eles gostariam de expor e de qual forma. "Por isso, uma quantidade grande de obras é inédita, cerca de 80%."
Mas como montar uma mostra com tanta diversidade de nomes e estilos? "Não adianta tentar costurar o incosturável", avisa a curadora. "Mas alguns eixos foram seguidos: abolir a analogia de linguagens; investir na potência da obra do artista; e não organizar o espaço por galerias", explica Bousso.
Bousso acredita que não é possível apontar tendências predominantes em uma mostra desse tamanho. "Procurei dar um caráter híbrido à mostra. Assim, uma videoinstalação pode estar próxima de um desenho." E linguagens mais tradicionais, como a pintura, parecem ampliar sua espacialidade, como nos trabalhos de Brígida Baltar, Fábio Miguez, Regina Silveira e Chiara Banfi.
A montagem se apropriou de algumas características do prédio, com dois andares com cerca de 12 mil m2 que foram desocupados pela Prodam (Companhia de Processamento de Dados do Município) em setembro. "Houve uma limpeza forte, tiramos todo o forro, fizemos algumas adaptações, mas foi proposital não ocultar as imperfeições", conta Ribenboim. O prédio, ainda em prazo indefinido, irá abrigar mostras do MAM (Museu de Arte Moderna) e do MAC (Museu de Arte Contemporânea).


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