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FAMÍLIA TRANSGÊNICA
Opção da artista pela colaboração de terceiros compensa sua formação específica em pintura
Esculturas de Piccinini são construídas em parceria
DA REPORTAGEM LOCAL
As esculturas hiper-realistas de
Patricia Piccinini, num primeiro
momento, até parecem as esculturas também perfeitas do artista
australiano Ron Mueck, que vive
em Londres. Ele se tornou reconhecido com a mostra "Sensation", da coleção do inglês Charles
Saatchi, e foi uma das ausências
sentidas sobre arte britânica da
Tate Gallery, encerrada recentemente na Oca em São Paulo.
Entretanto, ao contrário de
Mueck, que elabora suas esculturas pessoalmente, Piccinini depende de terceiros para suas
obras. "Considero que meu trabalho é de colaboração. Sei pintar e
desenhar bem. Assim sempre desenho os seres que planejo e
acompanho depois a produção",
conta a artista.
Entre seus colaboradores, está
Sam Jinks, que constrói maquetes
para o cinema, ocupação inicial
de Mueck. O vídeo em cartaz no
Paço das Artes, "Plasmid Region", foi feito da mesma forma.
A artista desenha as imagens em
papel, e outro colaborador, no caso Dennis Daniel, faz a criação digital. "No caso desse vídeo, a idéia
é que não dê para saber se é um
copo humano, se é dentro do corpo ou, enfim, a qual universo ele
pertence", diz.
O trabalho de parceria realizado
por Piccinini é uma forma de
compensação, segundo a própria
artista, de uma formação muito
específica.
"Depois de estudar sete anos de
pintura, fui ver o que estava à minha volta e achei o mundo fora da
academia muito mais interessante, seja na televisão ou no cinema.
Por isso, decidi que tinha que
compartilhar o que sabia com
gente de outras áreas. Trabalhar
em colaboração é muito mais rico", afirma a artista.
(FCY)
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