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São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2003

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FAMÍLIA TRANSGÊNICA

Opção da artista pela colaboração de terceiros compensa sua formação específica em pintura

Esculturas de Piccinini são construídas em parceria

DA REPORTAGEM LOCAL

As esculturas hiper-realistas de Patricia Piccinini, num primeiro momento, até parecem as esculturas também perfeitas do artista australiano Ron Mueck, que vive em Londres. Ele se tornou reconhecido com a mostra "Sensation", da coleção do inglês Charles Saatchi, e foi uma das ausências sentidas sobre arte britânica da Tate Gallery, encerrada recentemente na Oca em São Paulo.
Entretanto, ao contrário de Mueck, que elabora suas esculturas pessoalmente, Piccinini depende de terceiros para suas obras. "Considero que meu trabalho é de colaboração. Sei pintar e desenhar bem. Assim sempre desenho os seres que planejo e acompanho depois a produção", conta a artista.
Entre seus colaboradores, está Sam Jinks, que constrói maquetes para o cinema, ocupação inicial de Mueck. O vídeo em cartaz no Paço das Artes, "Plasmid Region", foi feito da mesma forma.
A artista desenha as imagens em papel, e outro colaborador, no caso Dennis Daniel, faz a criação digital. "No caso desse vídeo, a idéia é que não dê para saber se é um copo humano, se é dentro do corpo ou, enfim, a qual universo ele pertence", diz.
O trabalho de parceria realizado por Piccinini é uma forma de compensação, segundo a própria artista, de uma formação muito específica.
"Depois de estudar sete anos de pintura, fui ver o que estava à minha volta e achei o mundo fora da academia muito mais interessante, seja na televisão ou no cinema. Por isso, decidi que tinha que compartilhar o que sabia com gente de outras áreas. Trabalhar em colaboração é muito mais rico", afirma a artista.
(FCY)


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