MÁRVIO DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

Uma premiação da MTV latino-americana corre sempre o risco de ser olhada como a glória (Estefan?!) de estereótipos como Ricky Martin e Gipsy Kings. Mas, a julgar por sua segunda edição -que aconteceu no último dia 23-, a música pop feita em espanhol não merece essa pecha.
Tudo bem que os prêmios foram entregues no Jackie Gleason Theater da suspeita Miami, Estados Unidos, mas a isso dá-se um desconto. E negar que existem derivados de pop, rock e hip hop feitos com qualidade pelos "hermanos" pega até mal.
Para os brasileiros, é uma ótima oportunidade de se aproximar da música feita aqui do lado, uma produção que normalmente não tem espaço em território verde-amarelo, o que é uma injustiça.
Eles, pelo menos, se esforçam em se aproximar, convidando Daniella Ciccarelli, musa da MTV Brasil, para entregar o prêmio de rock, ao lado de outras belezas sul-americanas. O Brasil, por ter uma premiação própria, fica de fora das indicações, e essa foi a primeira vez que um VJ brasileiro deu as caras por lá.
O clima também não foge muito ao da versão nacional da premiação. Muita descontração e irreverência -capitaneadas pelo animado galã Diego Luna, ator do filme mexicano "E Sua Mãe Também"- com direito a troféu em forma de língua (um constante gerador de piadas "calientes") e um tapete roxo só para contrariar.
Na versão integral, de duas horas e meia, as performances aconteceram em profusão, com bandas como Café Tacuba, Control Machete, Mars Volta e os inevitáveis Alejandro Sanz e Ricky Martin. Como este especial terá apenas 60 minutos, há o risco de algumas boas atrações se perderem.
Aliás, há também uma grande possibilidade de o telespectador estranhar a aparição de artistas anglo-americanos como Dido, Korn e o lendário Iggy Pop, que também se apresentaram lá. Coisas dessa terra divertida que vai da Patagônia a Miami.